O relógio parecia apontar o FC Porto para o quarto empate consecutivo na qualidade de visitante, mas Sérgio Oliveira voltou ao sítio onde se estreou a marcar pelos dragões para apontar, de forma exímia, um livre direto, garantir a vitória frente ao Gil Vicente (1x2) e afastar eventuais fantasmas.
A exibição não foi a melhor, depois de uma primeira parte em que Taremi apontou um grande golo de meio campo e Samuel Lino restabeleceu a igualdade. As substituições de Sérgio Conceição tiveram sucesso e os três pontos ficaram assegurados ao cair do pano.
Sérgio Conceição tinha alertado para o perigo dos gilistas que, apesar de atuarem com velocistas nos corredores, não eram apenas de transição, mas sim uma equipa com ideias fixas, construção apoiada e posse de bola. Ainda assim, o técnico não alterou o esquema que goleou o Moreirense, com Vitinha junto a Uribe e Fábio Vieira muito próximo de Taremi na frente. Não teria de mudar a base, tendo em conta a resposta dada nesse jogo, mas a verdade é que, ao contrário dos cónegos, este Gil obrigaria a outro tipo de abordagem.
Mais confortável na partida, foi nesta fase que os criativos apareceram. Fábio Vieira deambulava por zonas ofensivas e facilitava o jogo a Luis Díaz e Taremi, ambos perigosos em duas ocasiões. O conforto acabaria por desaparecer porque, ao minuto 20, Vítor Carvalho rematou contra a mão de Mbemba na área, num lance analisado pelo vídeo-árbitro. Diogo Costa defendeu a grande penalidade, mas Samuel Lino emendou o erro e restabeleceu a igualdade. Ricardo Soares foi expulso por protestos no lance.
Depois apareceu o tal Gil que Conceição falou, com capacidade de ter bola e a conseguir equilibrar o jogo. Vitinha foi quem mais acusou a menor frequência de domínio e o jogo ofensivo dos dragões desvaneceu. Os gilistas iam tentando, de forma tímida, mas ao intervalo registava-se a igualdade.
Foram os dragões que continuaram por cima do jogo, durante alguns minutos sem grande intensidade e o treinador percebeu isso mesmo. Do banco vieram Toni Martínez e Sérgio Oliveira para os lugares de Fábio Vieira e Vitinha e para que o jogo fosse mais direto ao ataque. Enquanto os gilistas apostavam, agora sim, em transições controladas pela defesa portista, a equipa visitante preparava-se para as últimas tentativas à baliza de Frelih.
Quando o relógio fazia prever um novo deslize fora de portas, Sérgio Oliveira bateu um livre direto de forma perfeita, a entrar no ângulo direito superior da baliza. Muitos festejos de todos os portistas presentes, que depois tiveram de aguentar até ao apito de Artur Soares Dias para celebrar.
Sérgio Conceição reconheceu que a equipa estava em fase descendente em termos exibicionais, mexeu e teve frutos. Sérgio Oliveira deu dinâmica, Toni Martínez acrescentou opções e a vitória acabou por cair para o lado portista.
De duas equipas com futebol ofensivo esperavam-se mais oportunidades de golo e um pouco de mais espetáculo. O Gil já tinha protagonizado um dos melhores jogos da Liga, mas teve de estar mais atento à sua defesa, fazendo com que a presença na baliza adversária fosse menor.