E ao fim de 82 anos eis que as pessoas de Vizela tiveram direito a futebol de primeira. Depois de uma temporada a jogar em Guimarães, na década de 80, e de alguns jogos em Paços de Ferreira, a Primeira Liga de Futebol jogou-se no Estádio do Futebol Clube de Vizela e a primeira imagem não podia ter sido melhor. Bom ambiente, boa organização e uma equipa que vai certamente dar a estes adeptos um bom futebol.
Calhou no destino que o adversário do primeiro jogo fosse o clube que «emprestou» a casa ao Vizela e, até por isso, se viveu um ambiente calmo antes, durante e depois da partida.
O jogo, esse, teve duas histórias, dois erros gritantes e dois golos que levaram a um empate (1x1).
O jogo estava dominado pelos da casa que, com um futebol rápido e de constantes trocas de posição colocavam o 4x3x3 de Jorge Simão em dificuldades, já que jogadores como Samu, Kiko Bondoso ou Nuno Moreira apareciam nas costas da dupla de médios para jogarem à vontade.
Mas o primeiro de dois momentos chave da primeira parte veio aos 28 minutos e foi o primeiro erro gritante do jogo. Uma entrada feia de Hélder Ferreira e um vermelho direto que ajudou ainda mais a que o domínio do Vizela fosse ficando mais vincado.
Foi com base nesse domínio que veio o primeiro golo do jogo, naquele que foi também o melhor lance dos mais de 100 minutos de futebol. Combinação pela esquerda com Kiko Bondoso a servir Samu de calcanhar e este a cruzar rasteiro para o golo de Guilherme Schettine.
O golo claramente afetou a equipa do Vizela que só a espaços conseguiu empurrar o Paços para a sua área. É certo que houve alguns momentos de aflição para os castores, mas a forma mais fácil de explicar o que o Vizela não conseguiu fazer no segundo tempo é dizer que André Ferreira fez apenas uma defesa nos segundos 45 minutos do jogo.
Por seu lado, o Paços foi conseguindo gelar o jogo, muitas vezes recorrendo às perdas de tempo (daí os 11 minutos de descontos) e acabou mesmo por assustar e muito a defesa do Vizela. Não só com alguns lances de perigo, destacando o remate de Douglas Tanque, mas especialmente com um lance onde fica a ideia que poderia ter sido assinalada grande penalidade.
O Vizela continua a mostrar que há muita qualidade, mas também muitos erros defensivos. Se alguma vez a equipa de Álvaro Pacheco conseguir anular estas situações que custam golos, podem muito bem embalar para um campeonato tranquilo. Já o Paços estragou a festa caseira do adversário, mas não saiu feliz deste jogo...certamente.
Se o primeiro jogo é a imagem do que vamos ter sempre em Vizela, então vai dar gosto visitar este estádio. Ambiente muito bom, adeptos que não param de apoiar e uma organização bastante positiva e de qualidade.
Esperava-se que o Vizela fosse ter uma segunda parte tranquila, mas isso não aconteceu. A equipa da casa não conseguiu empurrar o Paços para a sua área depois do empate e acabou por ter ficado verdadeiramente perto de vencer
Por mais do que uma vez parou lances de contra-ataque para marcar faltas, não dando a lei da vantagem. A expulsão parece ter sido acertada. Nota ainda para o golo anulado ao Paços, que acaba por ser bem ajuizado. Ficam muitas dúvidas sobre uma possível grande penalidade para o Paços já perto do fim, onde ficou a ideia que Kiko tocou a bola com a mão na área.