A fúria dos castores

Que bela forma de começar! O Paços de Ferreira recebeu e venceu o Famalicão, este domingo, numa partida em que foi inteiramente superior. Os castores dominaram praticamente todos os momentos do jogo e mostraram que as rotinas já estão muito bem trabalhadas, ao contrário do adversário, cuja versão apresentada está longe da realidade até pelo que foi observado na temporada transata. Dois golos de rajada no início (e podia haver um perto do fim caso Maracás não desperdiçasse uma grande penalidade) serviram para os visitados selarem um triunfo justo e saboroso junto do calor dos seus adeptos.

Lição bem estudada

O ambiente é favorável e a motivação em Paços de Ferreira, por esta altura, está em altas. Na ressaca de uma bela vitória europeia, a formação orientada por Jorge Simão estreou-se na Liga Bwin 21/22 frente ao Famalicão, provavelmente um dos conjuntos mais difíceis do campeonato.

Há trabalho para Ivo Vieira ©Vítor Parente / Kapta+

Perante uma pressão em bloco aplicada com excelência, o Paços de Ferreira condicionou a primeira fase de construção do Famalicão e, por outro lado, não deu azo a grandes aventuras ao rival no ataque. É certo que as oportunidades ainda apareceram - mal finalizadas -, com o combativo Bruno Rodrigues a dar um ar da sua graça.

Enquanto a baliza de Luiz Jr ia sendo ameaçada - sem pontaria certeira -, a jovem equipa do Famalicão - destaque para os vários jovens dos sub-23 quer no onze, quer no banco - só conseguiu, em algumas ocasiões, libertar-se da pressão contrária para desenhar lances com qualidade, embora sem a definição desejada.

Perto do intervalo, e já após algumas tentativas, Lucas Silva atirou com estrondo à barra da baliza famalicense, provocando o maior clímax do encontro até então.

Com a corda toda

A acabar a primeira parte deixou o aviso, a iniciar a segunda não vacilou. A bola de neve começou a formar-se nos primeiros instantes e, a partir do minuto 49, a deu-se uma pequena avalanche.

Luiz Jr defendeu um penálti perto do fim ©Vítor Parente / Kapta+

As melhores oportunidades pertenceram aos visitados que não desistiram de procurar o terceiro. A postura notável da equipa amarela partiu muito do entrosamento dos jogadores, sendo que as ligações foram-se sucedendo com naturalidade.

O Famalicão, por sua vez, não conseguia dar sinais de vida, nem mesmo com as alterações. Isto porque um dos poucos avisos aconteceu já perto do minuto 70 com um livre de Ivo Rodrigues, também ele desinspirado, e, depois, por Diogo Figueiras, em tempo de descontos.

Sem mais alterações no marcador, o Paços de Ferreira mostrou, acima de tudo, que está pronto para o que aí vem. Já do lado famalicense, há trabalho a ser feito num plantel ainda longe da definição.