Talvez tenha sido o pior jogo do Europeu até ao momento. Apesar de não estar a ser uma prova absolutamente brilhante, este Euro tem sido marcado por alguns jogos bastante interessantes, mas o Suécia x Eslováquia vai ser certamente aquele que mais rapidamente vamos esquecer. Ainda assim a seleção sueca acaba por sair satisfeita de São Petersburgo depois de vencer pela margem mínima graças a um golo de penálti de Emil Forsberg, num jogo em que Isak foi a principal figura e que teve, de longe, a pior primeira parte deste Europeu.
Tudo dito no título acima. A Suécia precisava de assumir o jogo para ultrapassar a Eslováquia no grupo E e dar um grande passo rumo ao apuramento para o Europeu, enquanto a Eslováquia sabia que um empate podia ser um bom resultado rumo a esse mesmo objetivo. É caso para dizer que os eslovacos estavam a fazer o seu trabalho, já os suecos nem por isso.
Depois de um jogo na retranca, a seleção sueca tinha aqui a oportunidade para mostrar o que veio fazer a este Europeu, mas o talento individual de alguns jogadores suecos não se encontrou com um coletivo sem ideias e até com algumas dificuldades defensivas, mesmo que a Eslováquia não procurasse a baliza de Olsen.
Como no encontro com a Polónia, a Eslováquia apresentou um ataque móvel e sem uma referência, acabando, aqui e ali, por conseguir algumas movimentações interessantes, mas sempre sem aquele seguimento que se pedia para pelo menos fazer tremer a seleção sueca.
Depois de algumas tentativas, sempre tímidas, da seleção da Escandinávia, até foi a Eslováquia a ter o controlo da posse de bola no meio-campo sueco, mas tirando o bom toque de bola de elementos como Hamsik, Mak ou Duda isso acabou por trazer pouco ao jogo, mas tudo isto continuava a dar mais jeito aos eslovacos do que aos suecos.
A segunda parte não foi muito melhor, mas teve mais Suécia (difícil que fosse de outra forma) e muito menos Eslováquia. Os eslovacos deixaram de ter bola como na primeira parte e recuaram demasiado no terreno, mesmo sem que do lado nórdico viesse um festival ofensivo que justificasse o excesso de cautela da Eslováquia.
A última meia hora acabou por trazer alguma animação ao jogo, com Olsen e Dubravka a serem obrigados às primeiras intervenções, ambas de enorme grau de dificuldade. Perante o passar dos minutos, o selecionador sueco começou a perceber que o resultado de nada servia à Suécia e que a Eslováquia estava cada vez mais satisfeita com o nulo e por isso decidiu mudar alguma coisa.
Com Isak mais em jogo do que na primeira parte, Berg deu lugar a Quaison e o ataque sueco ganhou outras armas. Mais velocidade, mais mobilidade e capacidade de procurar a bola, coisas pouco vistas até então.
As melhorias não foram da noite para o dia, mas é caso para dizer que foram mais do que suficientes. Isak começou a criar mais dificuldades à defesa eslovaca e Quaison, num movimento que Berg não tinha procurado nos minutos em que esteve em campo, arrancou uma grande penalidade a Dubravka, que Forsberg, tão desaparecido do jogo, acabou por converter.
O golo lá acabou por fazer sair da toca a seleção eslovaca e abriu espaço para o ataque sueco, sempre alimentado pela qualidade de Isak, que ameaçou o golo que o avançado da Real Sociedad merecia, mas a Suécia não. Uma exibição suficiente apenas e só pela vitória, mas uma prova de que os suecos terão de fazer mais do ponto de vista ofensivo para conseguirem algo de relevante neste Europeu, mesmo que este triunfo frente a uma seleção sem as mesmas armas coloque os suecos mais perto dos oitavos.
Defensivamente não é assim, mas ofensivamente esta Suécia tem de ser Isak e mais 10. O avançado perdeu uma primeira parte com duelos que deveriam pertencer a Berg, mas quando se soltou mostrou toda a sua qualidade. A segunda parte foi dele e a vitória, apesar de não ter o nome de Isak no golo ou no penálti sofrido, deve-se muito ao avançado da Real Sociedad.
A Suécia precisava da vitória, mas nem parecia. A primeira parte foi desperdiçada pelos suecos de forma desnecessária. O comportamento mudou na segunda parte, mas aquela primeira parte de uma equipa que devia assumir o jogo não pode passar despercebida. Terrível.