Ainda não foi desta... Depois das finais perdidas em 1994 e 2015, frente a Itália e Suécia, respetivamente, Portugal não conseguiu chegar ao tão desejado título de campeão europeu de sub-21, em Liubliana. Os comandados de Rui Jorge atingiram com todo o mérito a final da competição, mas sucumbiram aos pés da poderosa Alemanha (1x0).
Um golo solitário de Lukas Nmecha, que fecha esta fase final como melhor marcador da prova, foi suficiente para o conjunto germânico vingar a derrota na final de 2019 e alcançar o 3.º título na categoria.
Tal como no encontro com a Espanha, Rui Jorge manteve a estrutura base, optando por mudar apenas duas peças no onze. Tiago Tomás estreou-se como titular, ao lado de Dany Mota, e Florentino entrou para dar mais músculo e poder de choque ao meio-campo português, perante um adversário muito forte do ponto de vista físico, além da qualidade técnica superior dos seus jogadores.
Stefan Kuntz conquistou o seu 2.º título de campeão da Europa Sub 21 - é o 4.º treinador a vencer a prova por 2 + vezes
⚠Treinadores com + títulos no Europeu Sub 21:
3 Cesare Maldini🔝
2 Dave Sexton, Foppe de Haan, KUNTZ pic.twitter.com/ISHXwSFuMw
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Pese essa vantagem na questão física, Portugal conseguiu equilibrar a balança com o virtuosismo dos seus jogadores, com uma capacidade inata para trocar e gerir a posse de bola, e dominou nos primeiros 15 minutos, período durante o qual teve duas boas oportunidades de golo, através de Tiago Tomás e Dalot, mas sem nunca colocar verdadeiramente em perigo o guarda-redes Finn Dahmen.
A reação germânica surgiu precisamente a partir do quarto de hora de jogo e chegou em força. Um erro de Florentino na primeira fase de construção, com o médio a perder a bola em zona proibida, resultou num remate de Wirtz, que só não deu em golo porque a bola seguiu caprichosamente a direção da barra, isto depois de desviar em Diogo Leite.
Seguiram-se momentos de forte aperto para o conjunto português nos trinta minutos seguintes e foi preciso um gigante Diogo Costa na baliza, aliado ao espírito de sacrifício de Leite e Queirós, irrepreensíveis, para que o nulo prevalecesse no tempo de intervalo. Mas, atenção, a primeira parte fecha com uma ocasião flagrante de Vitinha. Mas o médio não teve a clarividência necessária para concretizar na cara do guardião adversário.
A primeira parte mostrou uma Alemanha muito mais forte nos duelos individuais, a limitar muito o tipo de jogo que Portugal mais aprecia, um futebol de posse e de criação, e tudo se tornou (ainda) mais complicado a partir do minuto 49, altura em que Nmecha aproveitou, na perfeição, um buraco pelo corredor esquerdo português para inaugurar o marcador no estádio Stozice.
Fábio Vieira foi eleito o Melhor Jogador do Campeonato da Europa Sub 21: foi o 3.º 🇵🇹 a ser considerado o MVP da competição, depois de Figo (1994) e William Carvalho (2015) pic.twitter.com/CowBpXWM4U
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O selecionador português reagiu com duas mudanças no ataque - Jota e Francisco Conceição para os lugares de Vitinha e Tiago Tomás, respetivamente -, só que a muralha defensiva alemã nunca tremeu. A única vez que Portugal ameaçou o empate, com real perigo, entenda-se, foi numa tentativa de chapéu de Fábio Vieira, aos 59 minutos. Depois disso, muita Alemanha e muito Diogo Costa.
O guardião português manteve a desvantagem pela diferença mínima, ao segurar a equipa em vários momentos, com várias defesas de grande nível, em muitos lances que apareceram em contra-ataque, quando a formação lusa estava balanceada para o ataque, sem conseguir encontrar o caminho para a igualdade.
Adeyemi, que entrou apenas ao minuto 68, teve duas chances de golo, Nmecha protagonizou a outra, no entanto Diogo Costa fechou com a máxima segurança a baliza portuguesa. Faltou quem conseguisse desequilibrar de igual forma na frente. Ou pelo menos que tivesse força para derrubar o muro alemão.
A estampa física desta geração é impressionante e esse aspeto aliado a um espírito coletivo acima da média faz a diferença. Mesmo não contando com grandes esperanças no seu próprio país natal, a Alemanha fez uso do coletivo para vencer o Europeu sub-21, deixando para trás o sabor amargo de 2019.
Não estava a ser propriamente um jogo fácil, mas a postura defensiva de Portugal ia dando algumas esperanças. No entanto, o golo da Alemanha surge devido ao muito espaço concedido num momento de displicência.