'Estamos na final!' De viva voz, é isto que os comandados por Rui Jorge podem gritar. Portugal está na final do Campeonato da Europa de sub-21, depois de vencer a canmpeã em título Espanha (0x1), em Maribor, nas meias da competição que decorre na Eslovénia e Hungria.
Num jogo que começou dividido, a seleção de esperanças mostrou novamente uma alma tremenda. Soube sofrer quando teve de sofrer, sobretudo nos primeiros 15 minutos da segunda metade, em que lidou com o forte ímpeto ofensivo dos espanhóis, até que encontrou a felicidade. E que felicidade.
«Estou muito expectante em relação ao jogo». Palavras de Rui Jorge na antevisão ao duelo ibérico. Acreditamos que o selecionador português não tenha ficado nada defraudado com aquilo que assistiu no estádio Ljudski vrt. Dois conjuntos de enormíssima qualidade, tanto do ponto de vista individual como coletivo, que gostam muito de ter bola (e que a tratam tão bem), só podia dar nisto. Um bom espetáculo.
🇵🇹 chega à final do Campeonato da Europa Sub 21 com 12 vitórias consecutivas, juntando qualificação e fase final
⚠Em 15 jogos neste percurso do Campeonato da Europa (qualificação e fase final), 🇵🇹 soma 14 vitórias e uma derrota (4-2 frente aos Países Baixos) pic.twitter.com/1KzFjhqqfY
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Depois de um jogo muito desgastante a todos os níveis nos quartos, Portugal apresentou-se com duas alterações relativamente ao encontro com Itália. Abdu Conté apareceu no lugar de Tomás Tavares e Rafael Leão fez parceria com Dany Mota na frente de ataque. Pequenos ajustes que não abanaram a estrutura lusa, muito pelo contrário.
Com estilo de jogo semelhante, confirmou-se aquilo que se esperava. Uma batalha muito intensa a meio-campo, a exigir o máximo de concentração de todos os jogadores, e em que o mínimo espaço concedido deu origem a oportunidades claras de golo. Espanha teve duas no 1.º tempo, sempre com muito destaque para os elementos lado esquerdo - Bryan Gil e Cucurella foram uma autêntica dor de cabeça -, tal como para o irreverente Brahim Diaz, e Portugal também dispôs de duas.
Vitinha testou os reflexos de Álvaro Fernandez, aos 15 minutos, e Rafael Leão falhou por muito pouco o alvo, aos 30', naquelas que foram as principais ameaças da armada lusa na área contrária.
Se a primeira parte foi bastante dividida, o mesmo não pode ser dito da segunda. A Espanha entrou com tudo, muito pressionante e a encostar Portugal ao seu reduto defensivo, e assistiu-se a 15 minutos diabólicos por parte da formação liderada por Luis de la Fuente, com oportunidade atrás de oportunidade.
🇵🇹Portugal está na final do Campeonato da Europa Sub 21 pela 3.ª vez - procura o seu 1.º título na competição:
1994 🆚 Itália
2015 🆚 Suécia
2021 🆚 Países Baixos/Alemanha pic.twitter.com/MfPVh86s5r
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Uma bola ao poste, vários remates ao lado, uma defesa de Diogo Costa e... muito coração. Que sofrimento. Chegada à hora de jogo, o selecionador português promoveu três alterações de uma assentada, mudando ainda o sistema, com a inclusão de mais um elemento no meio-campo, e entregou o ataque apenas a Tiago Tomás. Já o selecionador espanhol tirou Manu García e Brahim, curiosamente, dois dos elementos em maior destaque até então.
A equipa portuguesa aguentou-se bem, manteve a baliza segura e quando teve oportunidade mostrou-se letal. Aos 81 minutos, Fábio Vieira encontrou espaço, rematou e a bola, ao desviar num defesa espanhol, encontrou as redes da baliza de Álvaro Fernandez.
Goooooolooooooooo! Isso mesmo. Em bom português. Agora segue-se a final. Destino: Liubliana.
Após uma primeira parte dividida, Portugal assistiu a um maior domínio de Espanha na segunda parte e precisou de arregaçar as mangas. O conjunto de Rui Jorge mostrou uma capacidade de sofrimento muito grande, para conseguir aguentar o nulo, e teve a frieza necessária para matar o jogo.
Diogo Dalot apanhou-se muitas vezes sozinho no corredor direito para lidar com a oposição de Bryan Gil e Cucurella, nomeadamente na primeira parte, naquele que foi uma das pequenas falhas do conjunto de Rui Jorge ao longo do jogo.