Podia ter dado para qualquer um dos lados, mas acabou por não dar para nenhum. Moreirense e Nacional empataram a duas bolas e atrasaram-se nas respetivas lutas. Dois golos de bola parada a abrir, duas respostas quase imediatas e um final de loucos foram o filme do jogo que complica a vida, ainda que de forma diferente, às duas equipas.
A uma equipa que entrava a cinco pontos de um lugar europeu não se pode afastar a possibilidade de lutar até que seja matematicamente impossível. Do outro lado, a luta era pela manutenção, mas a desvantagem era a mesma para o lugar de playoff de descida. Cónegos e insulares, com muito por disputar, chegavam de derrotas e isso pediu alterações. Vasco Seabra desfez a linha de três centrais que empatou o FC Porto e perdeu no dérbi. Manuel Machado manteve o esquema, mas apostou em jogadores com mais pendor ofensivo.
Com o passar do tempo, os insulares entraram na partida, afinaram a pontaria e foram capazes de equilibrar o domínio. A pressão alta liderada por Éber Bessa obrigava os cónegos a errar, Riascos e Pedro Mendes utilizavam a porte físico para segurar na frente e permitir a subida dos colegas, que olhavam para a baliza de Kewin Oliveira (Pasinato foi operado ao nariz e substituído na baliza).
Perto da meia hora de jogo, um livre lateral a favor do Nacional terminou com a bola na baliza, mas uma longa espera pela revisão do VAR descortinou um fora de jogo de Pedrão. Foi o primeiro aviso, visto que, sensivelmente um quarto de hora depois, um lance de origem semelhante, mas do lado oposto, resultou mesmo em golo. Filipe Soares desviou de forma involuntária e deu vantagem aos madeirenses.
O regresso do intervalo trouxe uma mudança para cada lado e um Moreirense com intenção de inverter o rumo dos acontecimentos. Um par de remates depois, foi novamente de livre direto que o marcador voltou a mexer. Abdoulaye atirou ao poste e Ferraresi emendou, restabelecendo a igualdade.
Só que o Nacional voltou a não conseguir segurar a vantagem e o Moreirense respondeu quase de forma imediata. Conté encontrou André Luís na área para novo empate.
Nos minutos finais instalou-se o descontrolo com duas equipas à procura da vitória. Numa reta final quase anárquica, a vitória podia ter caído para qualquer um dos lados. Galego atirou ao poste, o Nacional reagiu com uma pressão até ao apito e Pedrão podia ter roubado todos os pontos no nono(!) minuto de compensação, mas a bola saiu por cima, assim como as aspirações do Nacional.
Se for adepto de uma das duas equipas, talvez o desfecho não tenha sido o desejado. Ainda assim, jogou-se um bom jogo de futebol em Moreira de Cónegos, com muitos golos, emoção até ao fim e sempre com a procura da baliza por ambas as partes.
É um facto que a posição pesa e voltou a ficar comprovado neste jogo. O Nacional esteve em vantagem por duas vezes, mas não foi capaz de segurar o resultado e os três pontos, que dariam outro ânimo até ao final da temporada.
Muitas dificuldades em segurar o ritmo de jogo, sendo obrigado a mostrar um número elevado de cartões amarelos. Trabalho complicado para o VAR nos dois golos, com foras de jogo difíceis de analisar.