Não é salvação, nem de perto nem de longe, mas o Nacional somou três pontos que permitem continuar a sonhar com a permanência no principal escalão do futebol português. Frente a um Vitória SC intranquilo e demasiado reativo, o pontapé de Pedro Mendes deu esperança ao conjunto de Manuel Machado.
Apesar do peso das derrotas que assombravam a equipa, o Nacional encontrou forças para entrar a todo o gás, como, de resto, conseguiu fazer nas últimas duas jornadas, em que acabou derrotado, mas onde deixou uma imagem distinta da que tinha vindo a mostrar. O regresso de Witi permitiu ao técnico montar uma linha de cinco com alas de raiz e a diferença ficou bem evidente.
A superioridade inicial dos insulares, sobretudo em termos de entrega e vontade, demorou pouco a ser traduzida em golo. Um corte deficiente de Lameiras sobrou para Azouni, que entregou em Pedro Mendes. O jovem avançado, que já tinha merecido a confiança do técnico na jornada passada, tirou Jorge Fernandes do caminho e rematou para o primeiro.
Só algum tempo depois do golo sofrido é que os minhotos foram capazes de crescer, um pouco pelo recuar das linhas do adversário. Com um jogo focado nos corredores, Lameiras e Edwards eram os mais ativos, mas as constantes tentativas de cruzamento esbarravam quase sempre em um dos três centrais, que aproveitavam para somar alívios.
Incapazes de criar por dentro e por fora, os vitorianos tentaram de meia distância, mas foi nesse momento que os «fatores não controláveis» que Manuel Machado abordou no passado recente caíram para o lado do Nacional. Primeiro Pepelu atirou ao poste, depois Lameiras mandou uma bomba à barra e o lanterna vermelha respirou de alívio com a vantagem ao intervalo.
Com a vantagem no marcador, uma tónica semelhante à da reta final da primeira parte era expectável. O Vitória com muito mais posse e um Nacional a apostar no jogo direto para tirar proveito do espaço nas costas da defesa minhota.
Pepelu fez o golo que daria o empate, mas Fábio Veríssimo anulou o lance por falta de Estupiñán nas costas de Pedrão, para muitas queixas de toda a equipa minhota.
Cada vez mais intranquilos, o Vitória SC perdeu o discernimento para aproveitamento de Riascos e Rochéz, lançados na segunda parte, que seguraram a posse enquanto podiam no meio campo ofensivo até ao apito final que chegou sem que os vitorianos conseguissem voltar a assustar António Filipe.
Eis que, depois de dez derrotas consecutivas, o Nacional voltou às vitórias e logo frente a um adversário que luta por lugares europeus. A equipa voltou a entrar bem no jogo e chegou a um golo que soube gerir com o passar do relógio.
Ainda não foi desta que o Vitória SC conseguiu convencer, num reflexo do que tem sido uma época de altos e baixos. Para além de dois remates aos ferros, a equipa de Bino não foi capaz de ferir o lanterna vermelha e de justificar outro resultado.
O lance ao minuto 82 deixa muitas dúvidas. A falta de Estupiñán sobre Pedrão é evidente, mas um lance anterior de possível falta sobre Holm pode originar contestação por parte do Vitória SC.