Depois da vitória na primeira jornada da fase de grupos, frente à Croácia (1x0), Portugal voltou a vencer, desta vez a Inglaterra, por 2x0, e precisa agora apenas de não perder na última jornada - contra a Suíça - para carimbar a passagem à fase a eliminar do Euro Sub-21.
Em relação a esse último jogo, Rui Jorge fez apenas duas alterações, entrando Dany Mota e Fábio Vieira para os lugares de Tiago Tomás e Francisco Trincão, enquanto Adrian Boothroyd, selecionador inglês, mexeu em quatro peças depois da derrota frente à Suíça (0x1), colocando Ryan e Steven Sessègnon, Noni Madueke e Japhet Tanganga.
Apesar de ter mexido bastante na equipa, o selecionador Boothroyd manteve a confiança no sistema de 3x4x3, criando uma linha de cinco defesas aquando do processo defensivo e aumentando a quantidade de jogadores quando a atacar, especialmente nas alas. Do outro lado, Rui Jorge surpreendeu e apostou num sistema de losango no miolo, ao contrário do habitual 4x3x3, com Fábio Vieira a servir de médio ofensivo, Pote no apoio a Dany Mota e Gedson Fernandes e Vitinha como médios interiores.
Perante essa pressão na zona central, Portugal teve dificuldades em criar além do tiro exterior, mas nem por isso Inglaterra conseguiu fazer melhor. Ao ceder a posse de bola, os ingleses apostaram mais na velocidade dos seus alas e dos seus homens mais adiantados, mas a defensiva portuguesa (destaque para o trabalho de Diogo Dalot na esquerda) controlou bem a profundidade e Diogo Costa acabou por ter pouco trabalho na primeira parte.
A melhor fase de Portugal surgiu à passagem da meia hora de jogo. A seleção comandada por Rui Jorge começou a pressionar mais alto a saída de bola curta inglesa e criou uma série de ocasiões seguidas, embora a maioria de longa distância. Primeiro foi Thierry Correia a surpreender e a rematar cruzado, desde a direita, obrigando Ramsdale a uma defesa apertada, que só não deu em golo porque Dany Mota não chegou a tempo de encostar. Depois, na jogada exatamente a seguir, Pote voltou a testar o guardião inglês numa jogada de laboratório, mas o nulo manter-se-ia até ao intervalo.
Ao intervalo, Rui Jorge optou por fazer duas alterações, colocando Daniel Bragança e Francisco Trincão para os lugares de Florentino Luís e Gedson Fernandes, o que levou a uma mudança tática para o habitual 4x3x3, com vista a obrigar a seleção inglesa a dar maior largura ao seu jogo e, consequentemente, abrir espaço na zona central do terreno.
Esperava-se uma resposta inglesa, mas a verdade é que o golo português expôs ainda mais a falta de originalidade ofensiva britânica e quem aproveitou foi Portugal. A cerca de um quarto de hora do final, e estando em campo há apenas meros segundos, Gonçalo Ramos acabou por sofrer uma grande penalidade completamente caída do céu, por uma falta infantil de Guehi e Francisco Trincão foi chamado a bater. O extremo do Barcelona não deu quaisquer hipóteses e acabou por carimbar a vitória portuguesa.
Com esta vitória, Portugal soma agora seis pontos no grupo D, precisando apenas de não perder na última jornada, frente à Suíça, para garantir não só o 1º lugar, como a qualificação para a fase a eliminar, que se disputa apenas em maio. Caso Portugal perca esse encontro, apenas será necessária sacar da calculadora em caso de vitória da Croácia frente a esta Inglaterra. Nesse cenário, será realizado um «mini campeonato» entre as três equipas com seis pontos - Portugal, Suíça e Croácia -, que terá em conta o confronto direto entre as mesmas, a diferença de golos e o número de golos marcados em jogos entre si, por esta ordem.
Se na primeira parte não havia um verdadeiro extremo a nível tático na equipa portuguesa, na segunda parte entraram Francisco Conceição e Francisco Trincão, com Pote a também surgir esporadicamente na posição. Especialmente o trabalho dos dois primeiros acabou por ser fundamental para o desenrolar do jogo, desbloqueando a defesa inglesa
Dois jogos, zero golos marcados e a eliminação praticamente certa. Assim está a vida de Inglaterra, que mal conseguiu importunar a coesão defensiva portuguesa neste jogo e que mostra que a fama como uma das favoritas não é tudo numa prova.