Poucos jogos custaram e vão custar mais perder ao Boavista que a derrota contra o Nacional, no Estádio do Bessa. Um jogo que os axadrezados atacaram, tiveram livres, cantos oportunidades, uma bola no ferro e perderam...com um autogolo.
Pode e vai queixar-se da sorte a equipa da casa, mas o que é certo é que os axadrezados somaram mais um derrota (a 3ª seguida em casa) e vão passar mais uma jornada nos lugares vermelhos da Liga NOS. Por seu lado, o Nacional teve a «sorte do jogo» e está cada vez mais confortável na 1ª metade da tabela.
Ora, a equipa de Luís Freire era então a jogar mais no contra-ataque e no jogo longo e rápido. Isso não é novidade, nem é algo que os insulares não façam por vezes. A grande diferença deste jogo para outros semelhantes, é que desta vez não houve praticamente um lance de aproveitamento da velocidade do ataque. O colete de forças era tal, que até nos pontapés de baliza o Nacional era obrigado a bater longo, na esperança de uma segunda bola.
Portanto, o Boavista controlava. Não tinha oportunidades claras, mas a bola andava perto da área do adversário e sentia-se no estádio que o golo podia estar para a aparecer...e apareceu.
Esse golo até foi marcado por um jogador do Boavista, mas na baliza errada. No único lance de perigo da equipa do Nacional, já perto do intervalo, um livre lateral acabou desviado para a própria baliza por Nuno Santos.
A grande diferença da 1ª para a 2ª parte foi mesmo a capacidade do Boavista em criar mais perigo. Javi García esteve em destaque ao acertar no poste um remate de fora da área, mas também existiram dois ou três lances em que uma melhor definição podia ter valido o empate à equipa da casa.
Quando o Boavista se preparava para o ataque final à baliza de Riccardo, veio um dos lances mais marcantes do jogo. O experiente Javi Garcia envolveu-se em troca de empurrões com Kalindi e acabou expulso, sem grande sentido, mas também de forma algo exagerada. Essa situação acabou por retirar capacidade ao último esforço na procura do empate.
O Boavista pode queixar-se da «sorte do jogo» e da injustiça que é perder este jogo, mas é mais uma derrota numa época que era de promessa e se está a tornar de muitas dificuldades.
Foi o melhor em campo muito pela dinâmica que conseguiu dar ao flanco esquerdo por onde o Boavista preferiu sempre atacar. Sem pressão defensiva, o lateral subiu muitas vezes pelo terreno, criando situações para os colegas ou para ele próprio. Faltou-lhe companhia à altura, até porque Elis esteve em noite desinspirada. Tivessem tido todos a mesma capacidade e talvez o Boavista conseguisse marcar pelo menos um golo.
Valeu mesmo apenas e só pelos três pontos. O Nacional da Madeira marcou numa altura em que o Boavista estava claramente por cima e num lance de bola parada em que nem é um jogador insular a fazer o golo. Em vantagem, a equipa de Luís Freire continuou a fazer pouco para conseguir um resultado mais confortável e mesmo contra 10 houve pouco jogo ofensivo.
Fica a ideia que a expulsão de Javi Gacía foi algo exagerada, mas fora isso nada de especial a apontar.