Duas confirmações num só jogo. O Paços de Ferreira confirmou o estatuto de uma das melhores equipas nesta primeira metade de campeonato e o Belenenses SAD voltou a confirmar que neste mercado vai mesmo ter de ir às compras para trazer um avançado. No Jamor, um golo de penálti de Bruno Costa e um cabeceamento de Diaby foram suficientes para um Paços de Ferreira inteligente na gestão e que continua em lugares europeus.
Apesar das claras diferenças classificativas entre as duas equipas, os primeiros 20 minutos foram bastante interessantes, mesmo tirando o golo da equação. As duas equipas ignoraram o facto de o relvado do Jamor continuar um batatal e procuraram um futebol positivo, que trouxe frutos para a equipa de Pepa ainda antes do primeiro quarto de hora.
Num penálti que deixou algumas dúvidas (ler análise ao árbitro), Bruno Costa adiantou os Castores na partida antes de se registarem oportunidades flagrantes. Por isso não se pode dizer que a vantagem era totalmente merecida, mas com as duas equipas ao ataque alguma viria a tirar frutos. Tirou o Paços, que tratou de colher os efeitos ao longo da partida.
A equipa de Pepa deixou de ser tão incisiva na hora de atacar, até porque do outro lado havia um Belenenses SAD inconformado, sempre à procura de um empate que nunca surgiu porque as oportunidades de golo não foram assim tão evidentes como os números fazem prever. Jordi acabou por ser um dos destaques da partida, mas o guardião do Paços de Ferreira foi mais vezes chamado a jogo para defender situações de bola parada do que em jogadas de bola corrida.
Ao intervalo podia considerar-se o resultado injusto porque o Paços de Ferreira não voltou a criar perigo e porque havia mérito na forma como o Belenenses SAD procurava envolver os alas - Rúben Lima apareceu duas vezes na grande área - para criar perigo à equipa de Pepa, que no entanto nunca se desorganizou e por isso tinha mérito na forma como foi segurando a vantagem.
Na mesma toada, o Belenenses SAD conservou o inconformismo e continuou ao ataque, sempre com a equipa de Petit a envolver-se bem no ataque, mas a pecar no momento de rematar à baliza. Ainda assim, os azuis estavam claramente por cima da partida e a baliza de Jordi, ameaçada novamente num livre de Rúben Lima, aparecia mais vezes nas imagens televisivas e no nosso raio de ação desde a bancada de imprensa. Só que, como tantas vezes esta época, faltou poder de fogo ao Belenenses SAD.
Por essa falta de poder ofensivo, não deixou de ser estranho o facto de Petit retirar Cassierra para lançar Chico, tirando ao Belenenses SAD uma referência ofensiva que não tem tido golo, é certo, mas que vinha mostrando qualidade e influência no processo ofensivo, de tal forma que depois da saída do colombiano o Paços voltou a ter o controlo do jogo.
Com o desaparecimento do Belenenses SAD, Petit tentou remediar com a situação com a entrada de Edi Semedo, que ainda apareceu uma vez na cara de Jordi, mais uma vez decisivo ao segurar o empate. Esse, no entanto, acabou por ser um lance isolado numa reta final em que o Paços de Ferreira já tinha novamente o controlo do jogo - enorme a influência de Eustáquio nos Castores -, acabando mesmo por decidir a partida com um golo de Diaby que matou de vez as esperanças de um Belenenses SAD que após a saída de Cassierra pareceu sempre ligado às máquinas.
Não foi o jogo mais capaz, mas foi um jogo em que a equipa de Pepa justificou o estatuto de confirmação no campeonato. Ao marcar cedo, os Castores foram inteligentes na gestão do jogo e apesar de algumas oportunidades não se pode dizer que foi por sorte que o Paços de Ferreira levou os três pontos.
A reação ao golo foi bastante positiva e durante grande parte do jogo viu-se um Belenenses SAD sempre mais perigoso e a realizar uma partida interessante, mas à equipa de Petit faltou o que tanto tem faltado esta época. Muita produção, pouco golo. Os azuis não são o pior ataque por acaso e esta noite ficou mais uma vez claro que o Belenenses SAD precisa de reforçar a frente de ataque no mercado de inverno. Com um avançado goleador a história deste (e possivelmente de outros) podia ter sido diferente.
Difícil análise no penálti assinalado a Tomás Ribeiro. O defesa foi imprudente, mas Hélder Ferreira parece aproveitar o contacto para cair.