O encontro entre Boavista e Braga era um dos mais esperados da 11.ª jornada da Liga NOS e não desiludiu… os adeptos gverreiros. Mesmo com várias ausências forçadas, a equipa de Carvalhal voltou a demonstrar que é uma das que melhor joga em Portugal e fechou um ano com uma grande exibição e um triunfo claro (1x4) sobre um Boavista que, apesar do investimento, viveu um ano complicado. Resumindo, um fim (mais ou menos) esperado entre dois polos opostos naquilo que foi a primeira metade da temporada.
As ausências até eram mais pesadas do lado do Braga, que se viu obrigado a mudar quatro peças - Rolando foi titular e estreou-se na presença temporada -, mas não foi isso que se notou no relvado. Os gverreiros parecem já jogar quase de olhos fechados e tudo fica mais fácil quando há uma oferta como a de Yusupha, logo aos três minutos. O extremo isolou Fransérgio numa tentativa de atraso para Leó Jardim e o brasileiro assistiu Paulinho para o primeiro da partida.
Só a partir do segundo golo sofrido é que se assistiu a uma tentativa de reação do Boavista, com Ellis a cabecear ao lado no seguimento de uma bola parada e alguns cruzamentos perigosos, mas sem criar uma verdadeira chance de golo. De resto, era um daqueles dias em que tudo parecia correr bem ao Braga (e mal ao Boavista) e foi assim que chegou o 3x0. Sequeira tentou entregar a Paulinho, que falhou o domínio, mas surgiu Horta em velocidade, bem mais rápido do que a defensiva axadrezada, que se isolou e rematou para o fundo das redes.
Uma primeira parte de sonho para o Braga, que só não dilatou a vantagem porque Léo Jardim se mostrou atento, e um autêntico pesadelo para o Boavista, que revelou muitas dificuldades tanto na saída de bola como na ligação entre meio-campo e ataque. Fantasmas antigos que regressaram ao segundo jogo de Jesualdo.
Estava à vista que as coisas não estavam a correr bem ao Boavista e Jesualdo tentou inverter o rumo dos acontecimentos com as entradas de Benguché, para dar outra presença ofensiva, e de Mangas, na tentativa de fechar a ala mais forte dos gverreiros na primeira parte. A reação, no entanto, foi tímida e até podia ter sido anulada por completo quando Paulinho assistiu Horta para o 0x4, mas o lance foi anulado por fora de jogo, sendo que o cenário repetiu-se pouco depois.
Se dúvidas restassem, ficaram dissipadas com o quarto golo bracarense, sendo que o quinto podia ter chegado pouco depois, mas Léo Jardim negou o golo a Paulinho com uma bela intervenção. Seguiram-se 20 minutos em que o Boavista tentou reduzir a desvantagem, mas não teve arte nem engenho para tal, enquanto que o Braga se limitou a gerir o resultado, sempre ciente do que devia fazer em todos os momentos do encontro.
A defesa começou remendada - Rolando estreou-se e Raúl Silva foi chamado quanto pouco ou nada tem contado - e ainda ficou mais desfalcada com a lesão de Sequeira, sendo que também não havia Galeno, mas nada disso foi desculpa para o Braga. Os gverreiros mantiveram o nível, independentemente dos protagonistas, numa altura em que parecem jogar de olhos fechados.
O primeiro jogo de Jesualdo, apesar de não ter sido perfeito e ter terminado empatado, deixou boas perspetivas, mas os problemas antigos - fragilidade defensiva, falta de concentração e dificuldades em criar perigo - voltaram todos nesta partida e deixaram bem evidente que ainda há um longo trabalho pela frente para o novo técnico.
Arbitragem positiva de André Narciso e da sua equipa que, com o apoio do VAR, decidiram bem nos lances capitais do encontro. Ficam apenas dúvidas numa possível mão de Yusupha na primeira parte.