À entrada para esta partida, o Paços de Ferreira ainda não tinha qualquer vitória e o Santa Clara qualquer derrota, mas tudo mudou em 90 minutos. Os castores tinham o antídoto para quebrar a invencibilidade açoriana e, consequentemente, o plano certo para chegar à primeira vitória na presente edição da Liga NOS, com um triunfo por 2x1 sobre os insulares.
A jogar em casa e à procura da primeira vitória para o campeonato, o Paços de Ferreira assumiu desde cedo as despesas da partida, tendo mais bola e privilegiando um jogo apoiado, ainda que sempre atento a uma possível saída rápida. De resto, foi de dois lançamentos longos para João Amaral que resultaram os primeiros lances de perigo dos pacenses, com o primeiro a resultar num golo anulado e o segundo num remate ao lado.
Apesar do domínio não ser avassalador, só havia uma equipa com um plano claro do que devia fazer para chegar à vantagem e, depois de um período mais disputado a meio-campo, o plano passou a realidade à passagem da meia hora de jogo. Combinação entre Bruno Costa e Singh, com o extremo a cruzar para uma finalização certeira do improvável Oleg, numa bela incursão no ataque do lateral moldavo.
O último quarto de hora teve uma reação tímida do Santa Clara ao golo sofrido, mas sem criar situações de golo e o resultado manteve-se mesmo até ao recolher obrigatório.
Pedia-se mais criatividade e critério ao Santa Clara e Daniel Ramos tentou mudar isso mesmo logo ao intervalo, com várias alterações. A defesa a três (ou cinco), passou a uma linha de quatro e entrou Lincoln para tentar dar outro ar ao ataque açoriano. Ainda assim, a primeira oportunidade da segunda metade pertenceu ao Paços - remate perigoso de Singh -, que voltou a entrar melhor.
As mudanças fizeram efeito e, poucos minutos depois, Thiago Santana surgiu finalmente no jogo e restabeleceu a igualdade no marcador com um belo cabeceamento na sequência de um bom cruzamento de Sagna. Só que a resposta não tardou… Apenas três minutos depois, Douglas Tanque recebeu na grande área, rodou e devolveu a vantagem ao Paços com um remate cruzado.
Seguiram-se 15 minutos finais muito disputados, com o jogo a ficar partido e com oportunidades a surgirem para os dois lados. Primeiro foi Hélder Ferreira a desperdiçar o 3x1 e depois foram Salomão e Moghanlou - grande defesa de Jordi - a falharem o empate. Já para lá dos 90’, Thiago Santana ainda voltou a ameaçar o golo, mas Jordi voltou a defender, segurando assim o primeiro triunfo pacense.
O Paços de Ferreira ainda não tinha qualquer triunfo para o campeonato, mas nem por isso desfez o processo e mudou a estratégia. Manteve-se fiel aos seus princípios de jogo, tanto no sistema como no modelo e colheu os frutos no final da partida, com a tão desejada primeira vitória.
Os açorianos chegaram ao encontro com a faixa da invencibilidade, mas não a honraram na primeira parte. Um deserto de ideias, com dificuldades na saída de bola e em chegar ao último terço. Faltou criatividade e critério, algo que mudou na segunda parte.
Arbitragem sem grandes problemas para Vítor Ferreira, que soube gerir o jogo e decidiu bem no lance capital do encontro, o golo anulado a João Amaral.