Até pode ser um clichê, mas esta edição da Liga dos Campeões é quase como 'são onze contra onze e no fim goleia o Bayern'. Nova demonstração de poder do campeão alemão perante um Lyon que, mesmo inferior, nunca deixou de lutar para alimentar o sonho da final. Os bávaros foram superiores em grande parte dos primeiros 45 minutos, amoleceram na segunda e... golearam. Resultado? 11ª final da história do clube na prova milionária. O PSG que se cuide...
Parar uma equipa avassaladora como Bayern Munique por esta altura parece impossível e o Lyon até conseguiu contornar as expetativas iniciais com uma estratégia clara.
A aposta nas transições quase surtia o efeito desejado, numa altura em que o poderoso campeão alemão se apresentava atónito e um pouco adormecido. Depay e Toko Ekambi colocaram as mãos na cabeça perante o desperdício de duas oportunidades capitais e, sobretudo, pelo que poderia significar nos instantes seguintes: um tsunami ofensivo.
Lewandowski marcou o 55.º ⚽lo da época, o 15.º na Champions
⚠10.º jogo consecutivo a marcar por parte de Lewandowski (todas as competições), ele que marcou em todos os (9) jogos que realizou esta época na Champions pic.twitter.com/p2AZQewvi2
— playmakerstats (@playmaker_PT) August 19, 2020
Ora e a bem da verdade foi o que aconteceu. Rapidamente, a máquina bávara oleou e a força que tem caracterizado a equipa até ao momento fez-se sentir quando Gnabry, num lance de inspiração, inaugurou o marcador. No melhor pano dos franceses caiu uma nódoa impossível de tirar perante um autêntico vendaval do adversário.
Melhorado o sentido posicional e controlada a astúcia gaulesa, o Bayern engoliu o Lyon com facilidade. A troca de bola passou a fluir com naturalidade, as oportunidades flagrantes de golo apareceram com muita frequência e a vantagem aumentou novamente por intermédio de uma das grandes figuras da equipa da temporada, que aproveitou para bisar.
A primeira parte azarada de Lewandowski, Anthony Lopes a espaços e alguma ineficácia levaram o resultado em 0x2 para o intervalo quando a goleada parecia mais do que destinada...
Face ao sucedido, o Bayern, ciente da vantagem e da superioridade, amoleceu para gerir o jogo a seu bel-prazer. E arriscou. Não passou por momentos sufocantes, é certo, mas colocou-se a jeito de encaixar um golo que facilmente relançaria a eliminatória.
Não marcou, Neuer viu-se obrigado a intervir - voltou a ganhar um duelo crucial a Toko-Ekambi - e o Bayern, mesmo ameaçado, nunca se deixou intimidar, pelo que, com o passar do tempo, foi arrefecendo o ritmo.
Com as alterações e a maior fluidez no ataque, o azarado do momento lá conseguiu o golo da praxe em cima dos minutos finais. Lewandowski chegou aos 15 golos na Liga dos Campeões (está a dois do recorde de CR7) e fechou mais uma goleada bávara, desta vez rumo à final. O PSG bem precisa de pedalada para andar neste carrossel...
É, certamente, uma das melhores histórias dos últimos anos. A forma como Gnabry se reencontrou com o futebol em solo alemão tem dado que falar, tanto que aparece como uma das principais figuras do crónico campeão alemão sobretudo na presente época. Novo jogo, dois golos e um rendimento para mais tarde recordar.
É verdade que até esteve perto de reduzir distâncias, mas o Lyon acusou em demasia o primeiro golo sofrido e hipotecou uma boa oportunidade, na primeira parte, para continuar a discutir o jogo. Ainda assim, os gauleses caem de pé.