À Atlético. Os colchoneros foram iguais a si próprios, deram uma bela resposta perante o Liverpool e venceram na primeira mão dos oitavos de final da Champions, por 1x0. Saúl decidiu com golo madrugador.
Mais confortável a dar a iniciativa de jogo ao adversário, o Atlético de Madrid sentiu-se verdadeiramente na sua praia durante quase toda a primeira parte. A entrada agressiva e acutilante em jogo valeu aos colchoneros um golo, marcado por Saúl, depois de um desvio infeliz de Fabinho. Na raça, o Metropolitano explodia e um problema começava a deparar-se com o campeão europeu.
O Liverpool de Klopp, no mesmo local de todas as alegrias, demorou pouco a garantir o domínio territorial da partida. Muita bola, pressão que chegou a ser asfixiante, um Firmino a tentar decidir pela movimentação e pelas assistências, mas poucas verdadeiras oportunidades, apesar da paciência na circulação e das subidas incessantes da dupla Arnold-Robertson.
Enquanto os centrais Felipe - está a ser dos mais regulares na turma de Simeone - e Savic iam aguentando as várias tentativas dos extremos e dos próprios médios interiores adversários, o Atlético demonstrava capacidade para, em transição, assustar e a desvantagem do Liverpool até podia ser bem mais desconfortável, caso Morata tivesse mais pontaria. Também seria bem penalizador para o campeão em título...
Por opção técnica ou algum problema físico desconhecido, Klopp decidiu deixar Mané no banco de suplentes e apostar no talismã Origi. O belga sentiu algumas dificuldades para conseguir aparecer no flanco esquerdo, algo que não impediu o Liverpool de criar perigo e de ser melhor nos primeiros minutos da segunda parte. Salah e Henderson, por exemplo, falharam o empate por muito pouco.
Para mal do campeão europeu, a pressão mais asfixiante, mais capaz de criar reais problemas a Oblak durou pouco no segundo tempo. O Atlético foi reerguendo-se, reorganizando-se e crescendo nas transições, com Lodi em plano de destaque, pela profundidade no flanco esquerdo. O problema foi a finalização de Morata, que chegou a protagonizar o falhanço do jogo, na marca de penálti, com uma queda tão aparatosa como cómica.
Klopp, perante um cenário altamente traiçoeiro, foi buscar as soluções Chamberlain e Milner ao banco, mas os últimos minutos foram mais marcados pela explosão do estádio, sob as ordens de Simeone, do que propriamente por mais oportunidades do campeão europeu. Ainda há espaço para a reviravolta, até porque vem aí Anfield...
Perante um Liverpool fortíssimo e futuro campeão em Inglaterra, o Atlético deu uma boa resposta. Não permitiu muitas oportunidades claras, conseguiu parar as unidades mais perigosas e ainda teve tempo para ameaçar o segundo num par de oportunidades. O difícil será fazer igual em Anfield.
O Liverpool é uma das melhores equipas do Mundo, Klopp é um fantástico treinador, mas, desta vez, o alemão mexeu mal na partida. Origi não acrescentou muito, Chamberlain entrou demasiado tarde e Milner não trouxe nada de novo. O jogo foi ficando mais à medida do Atlético.
Falhou em algumas decisões técnicas, exagerou um pouco no amarelo a Klopp, mas realizou uma arbitragem equilibrada.