Vamos ter clássico no Jamor! Depois do Benfica ter garantido o lugar na grande final da Taça de Portugal em Famalicão, o FC Porto respondeu esta quarta-feira e justificou a sua presença no Jamor com um triunfo inquestionável contra o Académico de Viseu (3x0), a principal surpresa desta edição da prova.
Conceição afirmou que não ia haver rotação para esta partida, contudo, apenas Alex Telles, Corona, Uribe e Luis Díaz mantiveram a titularidade em comparação com o clássico frente ao Benfica. Do outro lado, Jorge Miguel foi a principal novidade no onze apresentado por Rui Borges, que não fugiu ao habitual 4x3x3.
Não foi um FC Porto muito decidido que entrou em campo. Lentidão de processos e alguma passividade foram permitindo ao adversário ter bola - organização bem trabalhada pelos viseenses. Nakajima apareceu como o agitador inicial dos azuis e brancos, mas as tabelas entre o japonês e os colegas do ataque não começaram afinadas.
Sem forçar o ritmo, os homens de Sérgio Conceição assumiram com naturalidade o domínio após os primeiros minutos. Ao seu estilo, Nakajima galgou terreno pelo centro e serviu Zé Luís em excelente posição, sendo o avançado empurrado na área adversária. Penálti assinalado, execução competente de Alex Telles e dragões na frente do marcador.
Na resposta, o muito desacompanhado João Mário - valor a ter em atenção - causou perigo num lance em que ultrapassou dois adversários de forma fantástica. Faltava presença em zonas ofensivas ao Académico de Viseu, acabando este momento por ser o melhor da equipa até ao intervalo.
Confortável no jogo, o FC Porto foi a meio gás na procura do segundo e teve boas investidas, com a dupla Uribe e Vítor Ferreira a orquestrar a construção. Nakajima esteve perto de marcar num forte remate, estando a defesa, e o guardião Ricardo Fernandes, do Académico de Viseu atenta em momentos de Zé Luís e Wilson Manafá. Superioridade inquestionável da equipa da casa, porém, a eliminatória seguia em aberto...
Ainda na luta pelo sonho da final, o Académico de Viseu não teve medo de arriscar e procurou partir o jogo depois do descanso. É verdade que surgiram algumas investidas interessantes para os visitantes, no entanto, aproveitando mais espaços, as oportunidades foram aparecendo para o FC Porto.
Zé Luís, Luis Díaz - grande corte de Kelvin - e Tecatito Corona estiveram perto do segundo, que viria a surgir na sequência de uma bola parada: cruzamento perfeito de Alex Telles para o cabeceamento certeiro de Zé Luís. O tento da tranquilidade e que acabou com a esperança visitante.
Até ao final, o sorrateiro Sérgio Oliveira apareceu ao segundo poste, após um canto, para fechar as contas da partida, num lance em que o VAR reverteu a decisão de Manuel Oliveira em assinalar fora de jogo. Resultado mais colorido para o FC Porto e a prova da diferença de valores entre os conjuntos.
Fica marcado desta forma o clássico entre azuis e brancos e encarnados na final, algo que não acontecia desde 2004. Já o Académico de Viseu fica pelo caminho e, apesar de o nível ter baixado em relação à primeira mão, termina uma campanha histórica e que orgulhou os seus adeptos e região, por vezes esquecida na alta-roda do futebol português.
Seriedade foi a chave para o triunfo azul e branco. O ritmo não foi alto, mas os dragões controlaram as operações durante os noventa minutos, evitando esperança de uma surpresa pelo adversário. A glória está um passo na Taça de Portugal.
A equipa voltou a mostrar ser bem orientada, faltando, contudo, presença no ataque para finalizar. Os visitantes tiveram lances ofensivos interessantes, mas os remates não apareceram e Diogo Costa teve uma noite tranquila.