O Natal é, para muitos, ocasião de ouro para encher a barriga a gosto, mas o Feirense continua de barriga vazia. Em casa e frente ao Portimonense, a equipa de Nuno Manta Santos perdeu pela margem mínima, chegando aos 12 jogos seguidos sem vencer no campeonato. Os comandados de Folha encaram a quadra natalícia com bem melhor espírito: três vitórias nos últimos quatro jogos e uns muito confortáveis 20 pontos.
Na busca de uma vitória que já escapava desde a 2ª jornada, o Feirense procurou assumir o jogo em casa, mas se a posse de bola pertencia na maioria aos fogaceiros, faltava imaginação na frente para explorar as falhas defensivas do Portimonense que deixam os algarvios entre as equipas que mais golos sofrem nesta Liga NOS.
O Feirense reagiu a essa ameaça, tentando fazer da organização a sua força. Para levar a bola a zonas mais adiantadas, as boas combinações nas transições bastavam, mas desequilibrar na frente não estava fácil. Tiago Silva teve a melhor ocasião, surgindo em desequilíbrio a falhar a baliza de Ricardo Ferreira.
Também ao Portimonense faltava alguma criatividade. Faltava, por exemplo, alguém capaz de encontrar espaços nas diagonais como Nakajima tão bem faz. Poderia Jackson fazer a diferença no ataque? Jackson é Jackson, mesmo com as prolongadas dificuldades físicas que estiveram mais uma vez evidentes, e com toda a classe, perto da meia hora, foi dele o segundo tiro ao ferro do jogo. Num remate algo inesperado de fora da área, o colombiano acertou em cheio na trave. Já perto do intervalo, Edinho, um outro nome consagrado em ação, teve boa ocasião para finalizar mas acertou na perna de Jadson em vez de acertar na bola.
Se continuava algum desacerto em bola corrida, a segunda parte trouxe pelo menos alguma animação nas bolas paradas. Do lado dos fogaceiros, Briseño aproximou-se do golo em duas ocasiões, mas foi o Portimonense a tirar melhor partido, já para lá da marca da hora de jogo.
Um livre lateral batido por Paulinho levou a bola para a grande área e a confusão na abordagem ao lance por parte da defesa fogaceira permitiria a Dener, em disputa de bola com Mesquita, encostar nas imediações do segundo poste para o golo inaugural.
A correr atrás do resultado, Nuno Manta fez entrar Luís Machado, Valência e Marco Soares ao longo do segundo tempo, procurou dar mais poder ofensivo à equipa mas nem por isso conseguiu inverter a sorte: bolas bombeadas para a grande área dos algarvios sem a devida resposta na maior parte das vezes, destacando-se ainda assim um remate de Crivellaro para notável defesa de Bruno Brígido já perto dos 90 minutos e, ainda depois disso, uma tentativa de Edinho por cima.
Sem o golo do empate, veio a confirmação da derrota no 12º jogo consecutivo do Feirense sem vencer na Liga. Só mesmo a difícil vitória no último jogo da Taça, contra o Paços de Ferreira anima os fogaceiros nesta quadra natalícia, enquanto os algarvios, que tiveram uma bela recuperação depois do arranque difícil na temporada, respiram com toda a tranquilidade e galgaram lugares de forma provisória.