A jogar pela liderança isolada do campeonato, o Feirense não foi além de um empate, em casa, a uma bola, diante do Boavista. Numa partida marcada pela emoção e pelas picardias (em excesso), a equipa de Nuno Manta acabou por não conseguir materializar em golos o caudal ofensivo e o número de oportunidades criadas.
Do lado boavisteiro, ficam duas certezas: há qualidade na baliza e alguma falta de capacidade fora de casa, pese os quatro pontos conquistados no início de 2018/2019. Ainda assim, boa resposta no que à coesão diz respeito para os homens de Jorge Simão.
Numa partida jogada sob um calor e ambiente abrasador, Feirense e Boavista entraram com vontade, mas a maior inteligência dos fogaceiros resultou num futebol mais bem trabalhado e perigoso. Edinho deu o primeiro sinal de perigo, pertencendo a Briseño a segunda oportunidade , negada por uma bela defesa de Helton, que promete continuar a honrar o nome das balizas em Portugal.
Depois de uma boa entrada, o Feirense, com o decorrer do primeiro tempo, foi perdendo capacidade para dominar territorialmente a partida, perante um Boavista muito previsível no processo ofensivo - muitos cruzamentos, muita vontade e pouca uva.
Tudo mudou ao minuto 43. Numa das poucas jogadas em que conseguiu explorar a profundidade dos seus homens da frente, o Boavista conseguiu chegar ao golo, por intermédio de Falcone, de grande penalidade, que aproveitou da melhor forma uma abordagem deficiente de Vítor Bruno - diante da antiga equipa, o lateral foi pouco feliz. Uma forma injusta de terminar o primeiro tempo, especialmente depois de Helton ter brilhado, novamente.
Pouco depois, o apito do árbitro, com cinco minutos de desconto, muita polémica à mistura e uma expulsão nos bancos, depois de tanta discussão, de Jorge Simão. Mais jogo jogado e menos jogo falado, eis o pedido.
Durante 15 minutos, os 22 atletas tiveram tempo mais do que suficiente para acalmar os ânimos, que continuaram para lá das regras. Cada lance foi disputado no limite da agressividade e Idris, um dos poucos amarelados em campo, ficou com a fava, sendo expulso por Rui Costa e criando um ambiente de guerrilha junto aos bancos. Pouco depois, o tento do empate, em mais um grande momento individual de Edinho como fogaceiro.
Curiosamente, contra menos um jogador, o Feirense passou por mais dificuldades no seu processo ofensivo, ainda que as oportunidades só tenham surgido, mais uma vez, na baliza de Helton, o farol de segurança de uma equipa boavisteiro demasiado confiante na sua linha defensiva e pouco proativa durante os 90 minutos.
Até ao apito final, o Feirense, com João Silva ao lado de Edinho, forçou o golo da vitória, mas o coração falou mais alto do que a cabeça no momento da definição. Ficou a boa imagem de uma equipa que está pronta para honrar o emblema centenário.
1-1 | ||
Edinho 60' | Federico Falcone 44' (g.p.) |