Mais uma queda de um 'gigante' no Campeonato do Mundo. Depois de Alemanha, Argentina e Portugal abandonarem a prova que se realiza na Rússia, foi a vez da Espanha arrumar as malas. Os espanhóis dominaram por completo a anfitriã, mas não conseguiram mais do que um empate a uma bola no final dos 120 minutos.
No desempate pela marca dos onze metros, a Rússia acabou por ser mais feliz e carimbar o passaporte para os quartos do Mundial.
A 🇪🇸Espanha nunca conseguiu vencer, em fases finais, nas grandes penalidades os anfitriões:
2018 🇷🇺Rússia [Mundial - anfitriã] D
2002 🇰🇷Coreia do Sul [Mundial - anfitriã] D
1996 🏴Inglaterra [Euro - anfitriã] D pic.twitter.com/Xt9XeyXqys
— playmakerstats (@playmaker_PT) 1 de julho de 2018
Algumas alterações na equipa de Fernando Hierro, a mesma identidade. A Espanha fez valer o seu estatuto de favorita para o duelo com a anfitriã e dominou num capítulo que lhe é tão característico: a posse. La Roja terminou a primeira parte com 71% de posse de bola, mas foi incapaz de traduzir esse dado em número suficiente de golos para sair para o intervalo em vantagem.
Os espanhóis até conseguiram desatar o nó russo, que estava bem apertadinho na linha defensiva, graças a uma infelicidade de Sergey Ignashevich. O experiente central russo tentou impedir que Sergio Ramos chegasse a um livre batido na esquerda por Marco Asensio – à margem da lei, diga-se -, mas viu a bola bater-lhe no calcanhar e seguir o rumo da baliza de Akinfeev.
Ao contrário do que talvez fosse esperado, a Espanha não foi suficientemente capaz para aproveitar a timidez russa nos primeiros minutos, sem conseguir tirar frutos da tal posse, sendo que, em vários momentos, essa posse resultou numa mão cheia de nada. Mérito também para a organização e concentração defensiva russa.
Com o tempo, e sem muita qualidade, a Rússia cresceu e acabou por chegar ao empate, depois de um penálti cometido de forma disparatada por Gerard Piqué. O central do Barcelona deixou um dos braços no ar e desviou assim um cabeceamento de Dzyuba.
O avançado do Zenit aproveitou a benesse para restabelecer a igualdade no marcador e levar a discussão do resultado para o segundo tempo, em Moscovo.
A segunda parte teve um registo absolutamente monocórdico. A Espanha sempre com muita posse, à semelhança do que aconteceu na primeira metade, com o quádruplo (leu bem, caro leitor) do número de passes, contra uma Rússia com uma postura muito defensiva, ficando à espera de um eventual erro do adversário.
É a 2.ª vez que a 🇷🇺Rússia [excluindo URSS] chega aos quartos de final de uma fase final:
2018 Mundial, vs 🇪🇸Espanha
2008 Euro, qualificou-se da fase de grupos pic.twitter.com/hGnhdQtCVQ
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As alterações no figurino, tanto de um lado como do outro, pouco alteraram na dinâmica do encontro, assistindo-se a uma Espanha a jogar completamente instalada no meio-campo russo durante 90% do tempo. Com muito critério posicional, mas demasiado lento e previsível. Era assim o jogo dos espanhóis.
Iniesta esteve muito perto de dissipar as dúvidas em redor do vencedor do encontro, aos 84 minutos, mas o remate do camisola 6 foi defendido por Akinfeev. Excelente defesa do guarda-redes do CSKA Moscovo, diga-se em bom rigor da verdade, na única oportunidade de registo na 2.ª parte.
O prolongamento acabou por ser inevitável.
O prolongamento também não trouxe nada de novo. Apenas mais duas boas oportunidade para a Espanha, através de Rodrigo, que entrou no decorrer da etapa complementar, mas, mais uma vez, Akinfeev esteve intransponível nos dois lances.
Fecha Aspas e ponto final na caminha de La Roja no Mundial. Segue em frente a anfitriã Rússia, que promete bater recordes neste Mundial.