Em velocidade Coutinho

Brasil, e o futebol brasileiro mais concretamente, é sinónimo de magia e talento. A versão europeia da Canarinha arrasou na qualificação, mas Tite ainda não encontrou o melhor meio-termo na Rússia, apesar da vitória, por 2x0, que garante um lugar nos oitavos e no primeiro lugar do grupo. 

Os sérvios, sempre mais emocionais do que inteligentes, voltaram a evidenciar o seu talento, apesar das poucas oportunidades. Mas não foi aqui que a equipa de Matic e companhia perdeu um lugar entre as 16 melhores seleções do Mundo. 

Brasil a abrir e a fechar

À procura de golos que lhe garantissem tranquilidade no que à qualificação e ao primeiro lugar diz respeito, a seleção brasileira entrou com tudo. A criatividade de Neymar e Coutinho causou alguns estragos na organização sérvia. Com o passar dos minutos e com a primeira oportunidade desperdiçada, os sérvios ganharam confiança, subiram o seu bloco e, numa demonstração de personalidade, retiraram espaço e tempo aos artistas canarinhos. 

No meio de toda esta luta a meio-campo, com muita intensidade, as duas equipas acabaram por anular-se a determinado momento, com a criatividade brasileira a não aparecer perante uma Sérvia que perdeu intensidade nas zonas de pressão e, com isso, capacidade de ter bola. O Brasil, que voltou a contar com pouco Willian e um Paulinho menos presente, teve em Coutinho sempre um porto seguro, e o jogador do Barça acabou mesmo por ser decisivo...

Numa jogada conduzida pelo corredor central, o criativo que tem sido figura canarinha na Rússia colocou a bola por cima da última linha subida e descoordenada da Sérvia, tendo Paulinho aproveitado o espaço vazio para surgir em zona de finalização e picar a bola sobre Stojkovic. O brilhantismo continuou a estar ausente nos primeiros 45 minutos, mas a arte de Coutinho e companhia justificavam o 1x0. 

Thiago e a tranquilidade

Apesar da vantagem, a segunda parte trouxe um Brasil novamente limitado no controlo do jogo com bola. O meio-campo canarinho não conseguiu agarrar a intensidade da intermediária sérvia, e só Coutinho, numa iniciativa individual, criou algum tipo de perigo, não aproveitado por Neymar, já na grande área. Do outro lado, Matic empurrou a sua equipa para a frente, mas Mitrovic não catapultou o erro de Alisson para o empate. 

Com o segundo tento, a Sérvia sentiu o soco no estômago e nas aspirações, tendo o jogo passado a ser uma brincadeira entre os maiores talentos brasileiros, com Neymar numa procura incessante pelo seu momento, mas Stojkovic, transformado até em guardião de andebol, estragou a festa ao craque do PSG. É preciso que ele apareça mais no mata-mata, pois a velocidade Coutinho, com maior exigência, pode passar a ser curta.