Duas amêndoas bem amargas para o dragão

Balde de água fria. O FC Porto falhou o assalto ao Restelo e termina a jornada 28 no segundo lugar. Os azuis e brancos foram muito perdulários no duelo com o Belenenses (2x0) e permitiram que o adversário fosse eficaz nas poucas oportunidades que teve junto à baliza de Casillas. Nathan e Maurides ofereceram os três pontos ao Belenenses, que, com 32 pontos, está muito, mas muito mais perto de celebrar a manutenção.

Algumas novidades... traiçoeiras

Sérgio Conceição tem sido forçado a fazer algumas alterações ao onze base, ora por força da lesão de alguns elementos e/ou por castigo de outros. Marcano era baixa confirmada para a visita ao Restelo, por castigo, e Diego Reyes chegou com algumas limitações físicas da seleção mexicana, situação que obrigou o técnico portista a promover a estreia do central venezuelano Yordan Osorio, contratado em janeiro ao Tondela. A boa nova era o regresso de Alex Telles.

A aposta na dupla Osorio-Felipe não correu da melhor forma, porventura por falta de entrosamento e ritmo do camisola 4, pois foi por aí que o Belenenses conseguiu chegar à vantagem logo aos 10 minutos, numa altura em que o jogo estava mais dividido, embora com um ligeiro ascendente para o FC Porto.

Os dois companheiros de posição desentenderam-se, chocaram um contra o outro e permitiram que Nathan se isolasse na cara de Iker Casillas. O extremo brasileiro, que cumpria o segundo jogo a titular desde que chegou a Lisboa, teve sangue frio para picar a bola sobre o experiente guarda-redes espanhol do FC Porto.

Os dragões sabiam que a liderança estava em jogo e não se atemorizaram com o golo da equipa da casa, muito pelo contrário. Galvanizados pelos milhares de portistas presentes nas bancadas do Restelo, o conjunto azul e branco (que curiosamente vestiu de laranja) criou várias oportunidades de ataque, mas foi igualmente muito perdulário.

Brahimi, Ricardo Pereira, Aboubakar, Soares e Telles tentaram anular a vantagem do Belenenses, obrigando o Belenenses, assente no habitual esquema com cinco defesas, a recuar no terreno, colocando quase todos os homens atrás da linha da bola, mas o desacerto foi a nota dominante da turma portista. André Moreira pouco teve de fazer na primeira metade.

Mãos de André Moreira e cabeça de Maurides

Os primeiros minutos da segunda parte foram um autêntico sufoco para a defesa belenense. Os homens de Silas estavam bem organizados, é verdade, mas tiveram muitas dificuldades para lidar com o ímpeto ofensivo do adversário. O FC Porto passou a criar com muito mais perigo e o golo do empate só não apareceu por milagre. Ou melhor, não apareceu por culpa de André Moreira.

De regresso ao onze, o jovem guarda-redes, emprestado pelo Atlético Madrid, protagonizou três defesas vistosas, entre os 56 e os 63 minutos, que deixou a equipa nortenha à beira de um ataque de nervos e impaciente na busca por um golo que não queria aparecer. E não era por falta de oportunidades.

Atento ao que se estava a passar dentro de campo, Silas decidiu tirar Nathan e lançar Maurides no jogo e a aposta do técnico revelou-se mais do que acertada. O avançado brasileiro precisou apenas de quatro minutos em campo para ampliar a vantagem a favor do Belenenses, num contra-golpe que gelou por alguns minutos as bancadas afetas ao FC Porto.

Até ao final, o nervosismo não permitiu ao FC Porto ter a tranquilidade necessária para reduzir a desvantagem e quem sabe inverter o rumo dos acontecimentos e o primeiro lugar fica mesmo por Lisboa.

O FC Porto é agora segundo classificado, com 70 pontos, menos um do que o líder Benfica. Já o Belenenses sobe ao 11.º lugar, com 32, e quase que já pode celebrar a manutenção no principal escalão do futebol português.