O Benfica teve que vestir o fato-macaco (especialmente na primeira parte) para levar de vencida a equipa do Boavista, que se apresentou na Luz com o claro propósito de retardar o máximo possível o golo dos da casa. A estratégia de Petit deu resultado até aos 39 minutos, altura em que o motivado Gonçalo Guedes – recentemente convocado pela primeira vez para a seleção portuguesa - bateu Mika e colocou os bicampeões nacionais na frente.
A jogarem em casa, as águias entraram a dominar mas raramente tiveram espaço para praticar o seu futebol, muito por culpa do Boavista. Os axadrezados apresentaram-se em campo com as suas linhas bastante juntas, praticamente com 11 jogadores atrás da linha da bola e dessa forma foram neutralizando a maior qualidade dos atletas do Benfica.
Perante a atitude das panteras, aos comandados de Rui Vitória exigia-se paciência. Estes tiveram-na e com base num lance desenhado por Nico Gaitán acabaram por inaugurar o marcador aos 39 minutos. O argentino passou pelo seu opositor direto, Tiago Mesquita, e teve inteligência e visão suficiente para cruzar rasteiro para a entrada da área, onde apareceu Gonçalo Guedes a rematar colocado e a bater Mika, guarda-redes que até então não tinha sido obrigado a nenhuma intervenção complicada.
Ao intervalo, apesar do Benfica quase não ter criado ocasiões para marcar – obviamente à exceção do golo -, a vantagem dos encarnados ajustava-se perante o domínio exercido durante os primeiros 45 minutos, os quais foram quase sempre disputados dentro do meio-campo defensivo do Boavista. Os axadrezados, se queriam levar algo mais do jogo, tinham que fazer mais do ponto de vista ofensivo e Petit tentou mudar o esquema da equipa de modo a dar-lhe outra força ofensiva.
O Boavista, é verdade, adiantou as suas linhas, mas de pouco valeu porque o guarda-redes do Benfica, Júlio César, continuou a ser um mero espectador, não tendo sido obrigado a qualquer defesa ao longo dos 90 minutos. Os encarnados mantiveram-se por cima do encontro, melhoraram particularmente desde a entrada de Mitroglou para o lugar de Raúl Jiménez, e tiveram duas ocasiões soberanas para ampliar a vantagem, por intermédio de Jonas e Anderson Talisca. Em ambas, só o poste impediu o resultado de sofrer alterações. O segundo golo, no entanto, acabou mesmo por aparecer, mas não sem antes a bola bater novamente na barra. Após um primoroso cruzamento de Gaitán, Jardel cabeceou à barra e Carcela marcou na recarga, sentenciando de vez o encontro.