O Benfica é o grande vencedor do dérbi de Alvalade, apesar do empate a uma bola no marcador. Os encarnados foram pragmáticos e deixaram a ideia de que a igualdade servia claramente as suas intenções, pelo que terminaram o encontro frente ao rival Sporting a celebrar. Os leões foram mais ofensivos e mesmo não criando grandes oportunidades de golo, estiveram sempre mais perto de o marcar.
Quando o conseguiram, por intermédio de Jefferson aos 86 minutos, nada fazia prever o final de loucos a que se assistiu, com o Benfica a conseguir chegar ao empate no último minuto. Num lance em que a bola foi bombeada para a área na cobrança de uma falta, Jardel aproveitou a confusão que se instalou e bateu Rui Patrício, que nada pôde fazer para evitar o golo, a alegria encarnada e a tristeza leonina.
Sporting com mais bola e Benfica a jogar à distância
A primeira parte não teve golos, mas na verdade as equipas também não foram capazes de criar grandes situações para que eles aparecessem. O Sporting ainda foi a formação que esteve mais perto de desfazer o nulo no resultado, mas apenas em lances pontuais e de bola parada, como aquele, registado nos instantes finais do primeiro tempo, em que Luisão cortou para canto mas viu a bola passar perto da baliza de Artur Moraes, guarda-redes que durante os primeiros 45 minutos pouco ou nada teve que fazer (assim como Rui Patrício).
O Sporting foi a equipa com mais bola e procurou sempre que possível lateralizar o seu jogo, na tentativa de aproveitar a velocidade de André Carrilo e Nani nos corredores. O peruano começou por ter mais sorte, pois Eliseu cometeu alguns erros de início, mas aos poucos o internacional português do Benfica conseguiu recompor-se e impedir que o perigo surgisse pelo seu lado.
William Carvallho, com pouco trabalho do ponto de vista defensivo, foi impecável na tentativa de lateralização do jogo do Sporting. O médio usou e abusou do passe longo e todos eles tiveram o destino desejado: Nani ou Carrillo. Porém, pela insistência dos leões na mesma forma de jogar, o Benfica, mesmo tendo pouca bola, foi conseguindo manter o adversário longe da baliza.
Certo, porém, é que pelo meio é que não estava o caminho do Sporting para chegar à baliza de Artur Moraes, muito por culpa da estratégia de Jorge Jesus para este jogo. O treinador do Benfica decidiu apostar na titularidade de André Almeida no meio campo e o português, juntamente com Samaris, não deu um palmo a Adrien Silva e João Mário. Muito boa a exibição de André Almeida durante a primeira parte, na qual os encarnados, claramente mais satisfeitos com o empate do que os leões, pouco investiram no ataque.
O quarteto formado por Salvio, Jonas, Ola John e Lima praticamente apenas se viu nos primeiros minutos, mas quando nessa altura tentaram chegar à área leonina, bateram-se com uma defesa coesa, com especial destaque para Paulo Oliveira, sempre bem posicionado e perfeito nos cortes.
Final de loucos com alegria benfiquista
A segunda parte começou da forma como terminou a primeira, com o Sporting mais ofensivo do que o Benfica, mas novamente sem conseguir criar situações de golo junto da baliza de Artur Moraes, apesar de João Mário ter conseguido soltar-se mais um pouco da marcação de Samaris e André Almeida. O médio leonino conseguiu conquistar mesmo uma falta perigosa à entrada da área encarnada, mas na cobrança a bola não passou da barreira.
A grande diferença do primeiro para o segundo tempo foi o facto do Benfica ter conseguido subir mais no terreno. Os campeões nacionais deixaram de ter uma atitude tão passiva e distante do jogo e os seus jogadores procuraram ter mais bola e partir para o ataque, embora sem dar trabalho a Rui Patrício. Jonas ainda conseguiu uma vez surpreender a defesa verde e branca e surgir sozinho nas suas costas, mas do lance nada resultou. Pouco depois, já com Talisca em campo, surgiram dois remates de fora da área mas que terminaram muito longe da baliza.
Só aos 70 minutos a partida deixou de ser «mastigada» da mesma forma. Foi nessa altura que o Sporting teve a primeira grande ocasião de golo, com Carrillo a fugir bem da marcação e a aparecer no lugar do ponta de lança a cabecear, depois de uma preciosa assistência de Jefferson, obrigando Artur Moraes a uma enorme defesa. Essa situação fez crescer os leões do ponto de vista ofensivo e atacar pelo lado direito, onde estava Eliseu, claramente o elo mais fraco da defesa encarnada, era a solução encontrada.
Mas esse ímpeto ofensivo do Sporting durou pouco e o Benfica voltou a equilibrar ao conseguir subir novamente no terreno, a ponto de aos 80 minutos ter conquistado primeiro canto (!) do jogo a seu favor. As substituições, de um lado e do outro, de pouco serviram para mudar o rumo do encontro, mas este acabaria mesmo por mudar por culpa dos golos tardios que entretanto surgiram para as duas equipas.
Aos 86 minutos, João Mário aproveitou uma falha de Samaris (um dos melhores em campo do lado dos encarnados) e surgiu isolado perante Artur Moraes. O guarda-redes defendeu o remate do médio português, mas nada pôde fazer para impedir que a recarga de Jefferson entrasse na sua baliza. A explosão de alegria em Alvalade foi enorme e a verdade é que a equipa que mais tinha feito por isso estava na frente do marcador.
Porém, praticamente no último lance da partida, Jardel restabeleceu o empate, que serve bem os interesses do Benfica, tanto pela forma como abordou e se comportou no jogo, como nas contas do campeonato. O defesa brasileiro, depois de um livre, aproveitou a confusão na área leonina para restabelecer o empate. Ficou a sensação de injustiça do lado dos leões, mas as águias, que claramente procuraram o empate do início ao fim, seguem para a Luz com 1 ponto que tanto procuraram e são os grandes vencedores do dérbi, apesar da igualdade no marcador.