Benfica vence em Penafiel
Benfica continua a ter Manéis para resolver (0x3)
Talisca voltou aos golos, Lima foi o desbloqueador do desafio, Jonas mantém o faro de golo, Gaitán continua a mostrar classe e a baliza não foi alvejada. Na ressaca da saída de Enzo Pérez (e outra vez com Luisão de fora), o Benfica voltou a mostrar sobriedade perante um Penafiel que se bateu bem, mas que 'morreu' com a expulsão de Tony.
Magia de Lima a desequilibrar
Lisandro foi a surpresa
A grande dúvida para o onze encarnado era perceber quem ocuparia a posição 8, surgindo Talisca, o favorito das apostas. Contudo, Jorge Jesus surpreendeu mais atrás, abdicando de César (que estava a ganhar protagonismo) e lançando o central argentino.
Gelada, encolhida e cerrada, a noite já era uma realidade quando Paulo Baptista apitou para o início de um encontro que começou exatamente nesses termos: frio e cauteloso de ambos os lados. Claro que com o Benfica a assumir a batuta do desafio, mas com um motor construtivo ainda em fase de conhecimento do terreno. Cristante e Talisca foram novamente os homens do centro, ainda sem rotinas um com o outro, embora com alguns bons sinais que começam a ser dados.
Lima fez um grande trabalho ©Vítor Parente
Do outro lado, mais retraído e apostado na consistência em bloco baixo, o Penafiel também se adaptava a uma nova realidade: Haguigui foi para a seleção do Irão (Taça Asiática) e a dupla de centrais teve que ser remodelada com a ausência de Pedro Ribeiro. Ferreira recuou para o lado de Bura e Rafa Sousa regressou ao meio-campo, após cumprir castigo. Na esquerda, Vítor Bruno entrou para lateral e soltou Quiñones mais para a frente.
Encaixados nos dois homens do miolo encarnados, os penafidelenses reforçavam também o lado por onde a equipa de Jorge Jesus mais ataca (com Maxi Pereira constantemente intrometido no ataque). Sobrava o de Gaitán, sabendo-se que o argentino tende a fletir para o meio, que André Almeida é parco nas subidas e que é Lima quem muitas vezes procura o lado esquerdo para ter espaço.
E foi por aí que o primeiro golo surgiu, num longo passe de Gaitán a encontrar a diagonal do avançado brasileiro, que fugiu com categoria aos adversários e que ofereceu de bandeja a Talisca. O número 30, que não marcava há dois meses, a mostrar que tem algo vantajoso em relação a Enzo Pérez: a forma mais convicta e capaz como aparece no último terço.
Porém, as limitações na construção são ainda muitas e evidentes. Ao lado de um Cristante que é exímio no passe de meia distância, ao brasileiro pedia-se o transporte com bola e os apoios em passe curto nas laterais, o que aconteceu poucas vezes.
Gaitán foi um dos comandantes da equipa, o outro foi Maxi ©Vítor Parente
Só que não era isso sinónimo de um Benfica incapaz. O 0x1 ao intervalo era justo e espelhava a superioridade das águias diante de um adversário frágil e incapaz de incomodar no último terço do terreno uma defesa que, apesar de órfã do seu líder (Luisão), continua bastante acertada.
Vermelho que confortou
O arranque do segundo tempo trouxe maior atrevimento por parte do Penafiel. Menos preso a tarefas defensivas e mais focado naquilo que consegue fazer na frente, a turma de Rui Quinta passou a discutir o jogo e teve um quarto de hora interessante, com bons argumentos na zona intermédia.
Só que a defesa encarnada continuava muito certa nos posicionamentos e o único lance que permitiu ao adversário foi anulado por fora-de-jogo. No resto, deu sempre a sensação que, ainda que num ritmo às vezes muito baixo (sonolento, até), o Benfica tinha o jogo controlado.
Mais ficou depois da expulsão de Tony, por acumulação, o que obrigou o treinador da casa a um reajuste tático que manteve a linha defensiva, mas que reduziu o poder de fogo para a frente. Passando a atuar num 4x3x2, a equipa do Penafiel voltou a ser empurrada para o seu meio-campo.
Adeptos pediram título
Com a vitória assegurada, o Benfica garantia a liderança por pelo menos mais duas jornadas. Nas bancadas de um 25 de Abril cheio, ouviram-se cânticos a pedir o Benfica campeão novamente.
Foi, portanto, de forma natural que o Benfica chegou ao golo da tranquilidade. Já com mais espaço do lado direito (Quiño saiu lesionado ao intervalo e os médios deixaram de ajudar Vítor Bruno depois da expulsão), Maxi Pereira impeliu pelo flanco, recebeu de um Ola John bem melhor que na Taça da Liga e cruzou para um Jonas inteligente na movimentação ao segundo poste.
Até ao fim, ainda deu para Jardel molhar a sopa e para observar as estreias de Sulejmani e de Gonçalo Guedes num Benfica que continua firme na liderança.