Sporting derrota Estoril
Garçom Jefferson serve paz e Adrien retoma alegria em Alvalade (3x0)
Foi com dois cruzamentos do brasileiro para golo e com um bis do português que o Sporting materializou o enorme ascendente sobre o Estoril durante os 90 minutos. Numa das mais seguras e, ao mesmo tempo, vistosas exibições da temporada, o Sporting derrotou a antiga equipa de Marco Silva, na quarta vitória consecutiva dos leões.
Marco Silva e Bruno de Carvalho pela primeira vez em Alvalade depois da polémica ©Carlos Alberto Costa
Com Nani, o Sporting é inevitavelmente diferente. Muito melhor, muito mais ofensivo, dinâmico, virtuoso e prático. Há, e isso parece cada vez mais visível, um Sporting com e outro sem Nani.
Isto tudo para dizer que é no futebol que o Sporting mais brilha. Depois de uma semana polémica e com vários episódios menos abonatórios da grandeza do clube, os leões demonstraram em campo a sua grande valia, que é no futebol jogado.
Mané de início
Carlos Mané foi a novidade no Sporting, ao surgir de início numa equipa com Nani e Carrillo. O jovem português situou-se mais a 10, embora alternando bastante com os outros dois extremos.
A todo o gás
Desde cedo se percebeu que era na mobilidade que o Sporting se queria impor no jogo. E também foi percetível desde o início que o Estoril não estava a conseguir encontrar a chave para fechar essa porta aos leões.
Carrillo assistiu, Adrien Silva marcou de forma espetacular ©Carlos Alberto Costa
Endiabrados, Carrillo, Nani e Carlos Mané surgiram em grande variedade de movimentos e numa intensa velocidade, imprimida cada vez que a bola lhes chegava aos pés. Parecia que o Sporting se desmontava em duas velocidades: uma mediana e previsível (com William Carvalho a continuar lento e a falhar muitos passes), outra velocíssima, com o trio em ação.
Pautados por Adrien Silva, os homens do Sporting faziam a cabeça em água aos médios do Estoril, demasiado lentos e presos às suas tarefas no papel e incapazes de as desempenharem numa realidade bem mais veloz do que parecia contarem. Esiti foi o rosto mais visível desse desnorte, mas só porque Diogo Amado e Tozé não o souberam ajudar convenientemente a fechar os espaços junto ao último setor.
Meio campo do Estoril descoordenado
É verdade que o Sporting se apresentou fulgurante nas transições em velocidade, mas também não é menos verdade que o miolo do Estoril esteve muito mal no primeiro tempo. Esiti foi sempre lento e muito mal auxiliado por Amado e Tozé.
Quando, meia hora depois do apito inicial de Artur Soares Dias, o Estoril pareceu finalmente encaixar a equipa leonina, já esta estava em vantagem, depois do golaço de Adrien Silva, justíssimo pelo ascendente leonino até ao momento.
E assim continuou até ao intervalo. Se existissem razões para desconfiar do 1x0, seria por este ser curto para o que o Sporting tinha feito na primeira parte. Só uma mudança drástica no segundo tempo na atitude das duas equipas e em sentido inverso poderia colocar em causa a vitória leonina.
Slimani agradeceu assistência de Jefferson ©Carlos Alberto Costa
Mais do mesmo
Para o segundo tempo, e precavendo desde logo alguma possível reação enérgica da sua antiga equipa, Marco Silva optou pela consistência e qualidade de posse com a entrada de João Mário em campo.
O Sporting passou a ser (ligeiramente) menos explosivo, mas ganhou bastante no capítulo cerebral e foi de forma simples, coletiva e inteligente que chegou à vantagem do sossego, depois de uma combinação entre Slimani e Jefferson.
Era tempo para repensar o ímpeto ofensivo. Sem nunca abdicar dele, a equipa leonina afrouxou, embora mantendo sempre o jogo controlado e jogando no meio campo contrário. Do Estoril, verificaram-se algumas melhorias posicionais (também porque o Sporting acalmou), mas muito pouco caudal ofensivo.
Cabrera entrou bem
Foi na dupla substituição após o segundo golo do Sporting que o Estoril melhorou, muito porque Cabrera se mostrou em bom plano no lugar de Esiti (jogo muito infeliz). Só que já aconteceram numa altura em que era quase impossível discutir os pontos.
Kuca foi uma sombra, Sebá foi sempre muito bem anulado e Tozé criava pouco, pois parecia sempre mais inclinado para não falhar no capítulo defensivo. As substituições melhoraram a equipa, embora não o suficiente para que Kléber passasse a ser servido de forma conveniente.
E por falar em servir, Jefferson voltou a fazer mais um centro para golo, só que Carrillo estava em posição irregular, isto depois de um lance em que Kiesczek fez duplo milagre ao evitar o terceiro dos leões. Esse, que surgiria de grande penalidade, com Adrien Silva a bisar.
Vitória justa e com números esclarecedores da superioridade leonina.