O Vitória Sport Club nasceu do sonho que um profundo apaixonado pelo beautiful game partilhou com dezenas de jovens vimaranenses. Ao longo de uma longa história o Vitória emergiu como potência número um do futebol minhoto.
Apoiado por uma das mais apaixonadas e apaixonantes massas associativas do nosso futebol, o Vitória sabe que será sempre entusiasticamente suportado. A história fala por si: jogue no Afonso Henriques, ou em qualquer outro campo do mundo, jogue no céu ou no inferno, o Vitória terá sempre o apoio incondicional dos vitorianos.
A fundação
O Vitória Sport Clube começou na zona do Toural em 1922 por influência de António Macedo, dono da «Chapelaria Macedo», que era um apaixonado e profundo conhecedor de futebol, uma modalidade que ainda dava os primeiros passos no «berço da nação».
Aos Domingos, depois da missa, reuniam-se na «Chapelaria Macedo» um conjunto de homens e rapazes que escutavam maravilhados as prédicas do anfitrião que, não raramente, terminavam com belíssimas patuscadas com suculentos rojões bem acompanhados com fresquíssimo vinho verde.
A um cada vez maior número de participantes estimulou a ideia de se organizarem pequenos jogos e treinos o que tornou a necessidade de fundar um clube algo de premente para o grupo que se reunia regularmente com tanto entusiasmo.
António Macedo foi escolhido para presidente do clube, cargo que acumulava com o de treinador e também algumas vezes com o o de jogador e inclusive árbitro.
Com Macedo faziam parte deste núcleo fundador os irmãos Pires, o Sargento Afonso Dória, Domingos Nobre, Domingos de Magalhães, Mariano Felgueiras (filho), Zeca Neves, Avelino Dantas, José Jorge, Arlindo Ribeiro e Rodrigo Graça.
Tal como outros clubes nesses tempos o Vitória começou com a casa às costas, actuando em diversos pelados e ervados da cidade. Começou pelo Campo José Minotes, mas a 7 de Junho de 1925 mudou-se para o Campo da Perdiz no lugar da Atouguia. Em 1932 passou para o Campo de Benlhevai onde actuou até 1945 quando nova mudança levou o clube a atravessar a ponte de Santa
Luzia e jogar na Amorosa.
Seria apenas em 1965 que foi inaugurado o Estádio Municipal, mais tarde conhecido por Afonso Henriques.
O Vitória fundou a a A.F. Braga juntamente com o
Sporting de Braga em 1922.
Durante as duas primeiras décadas o clube foi crescendo comedidamente, tornando-se no fim dos anos 30 uma das melhores equipas do distrito.
A ascensão
Em 1935 disputa pela primeira vez o campeonato da II Liga. Sete anos depois estreia-se na I Divisão onde se manteve catorze épocas seguidas. Nos campeonatos iniciais o melhor que os vitorianos conseguiram foi um sexto lugar em 1949, mas na Taça de
Portugal, logo em 1941, chegaram à sua primeira final que perderam com o
Belenenses no Estádio do Lumiar, em Lisboa.
Após um 14.º lugar em 1954/55 e respectiva despromoção, os vimaranenses disputaram o campeonato da II Divisão durante três épocas. De regresso ao escalão maior o Vitória conseguiu logo um quinto lugar.
Nas épocas seguintes consegue ficar sempre nos dez primeiros lugares, conseguindo inclusivamente ficar em quarto em três épocas distintas: 1960/61, 1963/64 e 1965/66.
Na Taça em 1962 chega à meia-final e no ano seguinte volta à final, onde, no Jamor, para tristeza dos seus adeptos, perde com o
Sporting por 0x4.
Em 1968/69 os vimaranenses voltam a subir um degrau na sua história conquistando um brilhante terceiro lugar. Em 1970 e 1971 os vimaranenses participaram nas competições europeias conseguindo sempre atingir a segunda ronda.
1975/76 marca a chegada do Vitória à terceira final da sua história, tendo o
Boavista como adversário num jogo disputado no Estádio de
Alvalade. Novamente a sorte foi madrasta para a equipa vitoriana e o Guimarães perdeu com os axadrezados por 1x2.
Os anos 80 com Pimenta Machado ao leme, são a era dourada do futebol vitoriano. No campeonato o melhor resultado foi um terceiro lugar atingido por uma bela equipa comandada por Paulo Autuori onde pontificava Paulinho Cascavel que fez a delícia dos adeptos vimaranenses em 1986/87.
Acrescem-se mais três quartos lugares no campeonato e nova final da Taça - mais uma derrota, desta vez por 0x1, com o
FC Porto - como resultados de destaque.
Na época seguinte e como o
FC Porto além da Taça tinha conquistado o Campeonato, o Vitória pôde disputar a Supertaça com os azuis-e-brancos. Uma vitória por 2x0 em Guimarães e um empate a zero nas
Antas valeram o primeiro título nacional para as cores vimaranenses.
Europa
Na Europa, os anos 80 foram de presenças constantes, destacando-se a campanha de 1987 em que o Vitória atingiu os quartos-de-final da Taça UEFA após eliminar o Atlético de
Madrid, Sparta Praha e Groningen. O sonho acabaria às mãos dos alemães do Mönchengladbach.
Dois quartos lugares (1990, 1995) e um terceiro lugar em 1998 marcam a década seguinte onde o Guimarães cimentou a sua posição como clube com presenças regulares na Europa.
O novo século trouxe um Guimarães menos pujante, perdendo o «comboio» europeu durante oito épocas seguidas e culminando esse processo com uma surpreendente despromoção em 2005/06, pondo fim a uma permanência entre os grandes que se estendia desde 1958, o que tornava o Vitória no clube com mais presenças no primeiro escalão a seguir aos três grandes.
Após um ano no inferno o Vitória voltou ao seu devido lugar e surpreendeu tudo e todos ao ultrapassar o
Benfica na corrida pelo terceiro lugar e conseguiu uma histórica e inédita qualificação para a Liga dos Campeões.
Contudo, uma exibição menos conseguida no Afonso Henriques e uma arbitragem infeliz em Basileia, ditaram o afastamento vitoriano e a permanência em prova dos suíços do Basel.
Finais e finalmente a conquista
Em 2010/11 os vitorianos chegaram uma vez mais ao grande jogo do Jamor. Contudo, mais uma vez, a maldição da Taça falou mais alto e o Vitória saiu vergado a uma das derrotas mais pesadas de sempre numa final da Taça: 2x6 contra o
FC Porto.
Após décadas de história gloriosa o Vitória volta a lutar pelos lugares cimeiros, apoiado pela sua massa associativa, uma das mais leais e dedicadas do país, que faz com que o Vitória Sport Clube seja a seguir aos três grandes o clube que arrasta mais adeptos aos estádios de
Portugal.
A 26 de maio de 2013, a equipa da cidade berço consegue a sua primeira Taça de
Portugal, batendo o
Benfica por 2-1, numa reviravolta em dois minutos que fez o topo sul do Estádio do Jamor e a cidade de Guimarães transbordar de euforia.
Campanhas oscilantes, finais perdidas e vendas milionárias
Desde a conquista da prova Rainha do futebol português, o Vitória SC tem procurado ser presença europeia assídua, mas a instabilidade diretiva e técnica aliada, em algumas épocas, à limitação financeira tem feito da última década um verdadeiro ioiô competitivo para o emblema minhoto.
Finalista vencido nas edições da Supertaça de agosto de 2013 e 2017, com derrotas frente a
FC Porto e
Benfica, a rota que o clube trilhou na Taça de
Portugal, em 2016/17, voltou a deixar os Conquistadores, mais perto do êxito. Uma derrota na final aos pés do
Benfica (2-1) impediu a conquista da prova pela segunda vez na história do clube.
A nível europeu, o Vitória SC conta com cinco presenças nos últimos dez anos, com realce para a campanha de 2019/20, época em que os vitorianos estiveram perto de bater o pé ao poderoso
Arsenal (tanto no Estádio D.Afonso Henriques, como no Emirates Stadium), tendo levado a melhor sobre o
Eintracht Frankfurt
(2-3), em solo alemão. Uma dimensão internacional momentaneamente alcançada pela equipa treinada por Ivo Vieira, que garantiu outra visibilidade aos jogadores e à própria instituição.
Esta década é, também, marcada pelas maiores vendas do emblema minhoto.
Bernard Mensah,
Bruno Gaspar,
Raphinha,
Marcus Edwards,
Tapsoba (maior venda do clube) ou André Almeida pontificam nesta lista face às exibições de alto nível, que os catapultaram para outra dimensão competitiva e, alguns deles, para equipas das cinco principais ligas europeias.
A alternância entre o quarto e sexto lugar tem garantido a presença nas fases preliminares da Liga Europa ou da mais recente Conference League, mas a necessidade de encaixar com a venda de ativos faz das mesmas campanhas a nível doméstico algo inconstantes e desajustadas com a realidade do clube e com a exigência do seu fervoroso público.