Entre os estádios mais icónicos do futebol europeu encontra-se certamente o Stadion Feijnoord, mais conhecido como
De Kuip (1) ou também como o De Voetbaltempel (2), casa do SC
Feyenoord e muitas vezes também da seleção holandesa, localizado na cidade de Roterdão, a segunda maior cidade dos Países Baixos.
Ao longo dos anos, a «Banheira de Roterdão», como é conhecida entre nós, foi a casa dos sucessos do
Feyenoord e da «Laranja Mecânica», mas também foi o palco de finais europeias e do Euro 2000.
Um estádio para um novo mundo
É a Leen van Zandvliet, Presidente do
Feyenoord durante os anos 30 que se deve a ideia da construção do
De Kuip. Van Zandvliet queria que a sua equipa tivesse um estádio diferente de todos os que conhecia, sem nenhum obstáculo para a visão dos espetadores, à imagem do Estádio de Highbury em
Londres e do Yankee Stadium em Nova Iorque.
Johannes Brinkman e Leendert van der Vlugt foram os arquitetos escolhidos para desenharem o novo estádio. Pretendia-se que o estádio fosse barato, moderno e duradoiro, mas que a tudo isso se aliasse uma visão do futuro, de como todos os estádios deveriam ser daí em diante.
Recorrendo ao betão, ao ferro e também ao vidro, os dois desenharam um estádio que provocava um impacto não só aos jogadores como a todos os espetadores. A escolha dos materiais refletia a arquitetura moderna de então, baseada no design inovador da Bauhaus. Por sua vez, a forma elíptica da estrutura, a fazer lembrar as tinas onde se tomava banho então, ajudou a cunhar-lhe o apelido: a Banheira.
A primeira pedra seria colocada a 16 de setembro de 1935. 578 estacas com 21 metros de profundidade formaram a primeira estrutura do estádio. Os trabalhos decorreram sem problemas e a 23 de julho de 1937 o estádio era inaugurado.
O Templo do Futebol
Quase destruído durante a
Segunda Guerra Mundial, a Banheira de Roterdão surgiu renascida e aumentada em 1949. Nove anos mais tarde seriam acrescentadas as torres de iluminação.
Em 1963 o estádio recebeu pela primeira vez uma final europeia, onde, perante 49 mil espetadores, os ingleses do
Tottenham bateram o Atlético
Madrid com um claro 5x1 e conquistaram a Taça dos Vencedores das Taças, competição que tinha na «Banheira» um dos seus palcos de eleição.
Ao todo disputaram-se seis finais da que era ao tempo a segunda mais importante competição da UEFA. A segunda final seria em 1968, com a vitória do AC
Milan. Na terceira seriam os alemães de leste do Magdeburgo a bater o
Milan em 1974.
Outras três finais da competição seriam jogadas em Roterdão em 1985, 1991 e 1997, com as respetivas vitórias de Everton,
Manchester United e
Barcelona.
Mais importante que a Taça das Taças seriam as duas finais da Taça dos Campeões disputadas em 1972 e dez anos mais tarde. A primeira seria vencida pelo grande rival do
Feyenoord, o
Ajax de Amesterdão. A segunda final seria ganha pelo Aston Villa, que bateu os alemães do
Bayern München.
Também importante foi o Euro 2000, em que o
De Kuip recebeu três jogos da primeira fase, entre eles o histórico
Portugal x Alemanha (3x0), a goleada da Holanda sobre a Jugoslávia nos quartos-de-final (6x1) e a final em que a França bateu a Itália com o famoso Golo de Ouro.
Mas certamente nenhuma final será tão lembrada entre as gentes de Roterdão e em particular os adeptos do
Feyenoord, como a final da Taça UEFA de 2002, jogada entre o
Borussia Dortmund e a equipa da casa, o
Feyenoord.
Pierre van Hooijdoonk e Jon Dahl Tomasson seriam os heróis da final, marcando os três golos da vitória dos holandeses por 3x2.
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(1) A Banheira.
(2) O Templo do Futebol.